"Nazilinguismo" - Banco de redações


Preconceito Linguístico: O dilema do “Certo” e do “Errado”

Enviada em: 12/03/2012

Status:

Corrigida
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Para todos aqueles que aprenderam na íntegra o Português “Carrasco”, envolto numa intrincada complexidade de normas, certamente as construções que fogem ao padrão formal da nossa língua causarão estranheza. De forma infeliz, esta surpresa se desdobrou em uma nova forma de preconceito: a exclusão social em função da ignorância no que concerne ao uso da norma culta da Língua Portuguesa.

De fato, se adotamos determinado paradigma linguístico em nosso país, que possibilita a interação e o entendimento claros, objetivos, este deverá ser, então, o padrão utilizado e ensinado nas escolas; não em função de certo ou errado, mas sim, com um propósito maior, seja ele a universalização da nossa língua, de modo a prover homogeneidade na comunicação dentro do território pátrio. Isto, entretanto, não significa negar a dinamicidade do Português, com todos os seus regionalismos, vulgarismos, inovações, peculiaridades e seus milhões de usuários analfabetos ou semianalfabetos, que não tiveram a chance de conhecer norma alguma. Ainda que existam essas diferentes formas no trato da Língua Portuguesa, provenientes de diversos fatores culturais, como, por exemplo, a baixa escolaridade, o escopo principal da linguagem, que é nos compreendermos uns aos outros, não é afetado. Sendo assim, o preconceito dos “exaltadores da rigidez normativa do Português” em relação aos “informais”, soa como um “nazismo linguístico”, pois não há nenhum fundamento plausível na discriminação e depreciação destes – uma vez que a mensagem a qual se quer passar é compreendida –, além do cunho ideológico: separar o que julgo certo do que vejo como errado.

É esta percepção que os linguistas, em seu trabalho de observação e constatação dos fenômenos da língua, tentam incutir nas nossas concepções inerentes ao tema. As diferenças aqui apontadas são a exteriorização da bagagem cultural de cada pessoa; de certa forma, são um tipo de individualização. Logo, se respeitamos a individualidade alheia, assim como exigimos respeito, não há espaço para este “nazilinguismo” que atua no sentido oposto ao da integração que a linguagem promove.

Comentários do corretor


É notável sua percepção crítica acerca da problemática instaurada. Parabéns! No entanto, para chegar à excelência é necessário realizar um melhor trabalho com os recursos argumentativos ( citação, ironia, comparações, contraposições, fatos, dados, exemplos, retrospectivas históricas etc.)


Competências avaliadas


Item Nota
Adequação ao Tema Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. 2.0
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. 1.5
Adequação ao Gênero Textual Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. 2.0
Adequação à modalidade padrão da língua Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. 2.0
Coesão e Coerência Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. 2.0
NOTA FINAL: 9.5


Saiba como é feito a classificação da notas
0.0 - Ruim 0.5 - Fraco 1.0 - Bom 1.5 - Muito bom 2.0 - Excelente