A impossibilidade de unificar a língua falada - Banco de redações

É quase inadmissível um juiz, um advogado ou um palestrante, falar errado quando estão desempenhando suas funções, porém o erro é uma característica do ser humano, e com certeza irão cometê-lo, entretanto, com pouca frequência e quando cometerem serão erros leves, diante do julgamento popular. Já quando uma pessoa que estudou até a quarta série do ensino fundamental, fala algo errado, isso é comum e aceitável por todos, todavia, percebe-se que em um país em que as desigualdades sociais estão explícitas, os níveis de conhecimento da língua portuguesa, não fogem a regra, e acompanham os mais cultos e letrados.
Quem nunca disse ou observou uma pessoa dizer à outra; "vã bora", e a outra responde "perai", e qual pessoa nunca achou magnífico um alguém fazer um discurso claro e abrangente aos diversos níveis de compreendimento.

Quando assistimos a uma propaganda eleitoral obrigatória, e/ou um debate político, é claramente notável, o uso da linguagem erudita por deputados, senadores, etc., fato esse que complica a compreensão de grande parte dos espectadores. Já nos tão comentados sites de relacionamentos, a maioria dos usuários digita de forma completamente errada; (você: vc, quero: qero, não: ñ, tudo: td, e por aí vai.) Também nota-se com frequência, os erros de concordância, como “subir para cima, descer para baixo, goteira no teto” entre outros.

Nesse contexto, repara-se que a linguagem falada é usada de diferentes maneiras, de acordo com o que manda os grupos sociais. Assim, é perceptível a impossibilidade do estabelecimento de uma forma padrão da linguagem, pois é fácil imaginar, que não é possível um palestrante, um político, uma dona de casa e um internauta, falarem exatamente da mesma maneira.

E o que há de se fazer, é exigir das autoridades competentes, um ensino que qualifique as pessoas com pouco estudo, para que todos possam falar de maneira a não gerar um preconceito social generalizado.

Implantar programas de esclarecimento sobre o preconceito social linguístico na TV, substituindo programas que são considerados por muitos especialistas, [sem vírgula]  um “lixo cultural” pode ser um ótimo caminho, já que grandes partes dos cidadãos que são preconceituosos, não se dão conta do que estão fazendo, por achar isso comum e normal.