sem título - Banco de redações

Querido Diário,

Divido com você meus pequenos segredos cultivados dia a dia e conforto meu coração ao saber que fica em você o registro da minha vivência e da realidade que me é contemporânea.

Somos sete bilhões de seres humanos no planeta Terra e com os recursos da Internet estamos cada vez mais próximos. A internet melhorou muito nossas relações sociais. Hoje tenho amigos em todas as partes do Brasil e do mundo e, tal qual acontece no mundo físico, nos aproximamos por nossas afinidades e interesses comuns, dividimos detalhes cotidianos como se fôssemos colegas de escola ou moradores vizinhos num mesmo Bairro.

As diferentes línguas em que falamos, uma antiga dificuldade de comunicação, agora representa um pequeno ajuste a ser feito pelos tradutores dos sites de busca. Nós, no Brasil, podemos conhecer a rotina, o pensamento, os prazeres, o lazer e a realidade de pessoas que moram em países longínquos e linguisticamente díspares como a Rússia, os países árabes e mesmo a China. Eu e meus amigos em Pequim falamos muito do que temos em comum – nossos sonhos, nossas dificuldades e frustrações, nossos interesses, as pessoas que amamos, coisas de que não gostamos – e também do que nos diferencia – conferimos até a moda que usam por lá, já que frequentemente postamos fotos.

O acesso à cultura e às artes assumiu uma escala imensurável. Claro que nós sempre nos comunicamos universalmente pelas expressões artísticas. A música, a dança e as artes plásticas, ao fazerem metáforas do homem, sempre repercutiram amplamente dentre a restrita parcela da população que a elas tinha acesso. Esse grupo aumentou...aliás, explodiu. Subvertemos a estrutura tempo e espaço – no mundo virtual podemos visitar museus; assistir a shows, filmes e peças ; curtir festivais de música no momento em que se realizam em qualquer outra parte do mundo ou que se realizaram há tempos e estão ali, disponíveis para as gerações futuras.

No campo da educação está havendo uma revolução. A escola, instituição socialmente construída e elemento chave no processo de construção e reprodução social, precisa repensar seu papel. Com o advento da rede mundial e o barateamento do custo dos computadores há uma democratização do acesso à educação de qualidade e a profusão de informações disponíveis produz um novo estudante, o qual requer um novo professor e um novo ensino. Aqueles professores chatos, desatualizados, com pouca didática não têm mais espaço em instituições de ensino minimamente comprometidas com educação de qualidade. Eu mesma assisto a aulas dos autores dos livros em que estudo e sei exigir um enriquecimento de conteúdo por parte de meus mestres.
Nas redes sociais cultivo amigos virtuais e aumento minha intimidade com meus amigos do mundo físico. Driblamos a correria do dia a dia e dividimos atividades, marcamos encontros, programamos passeios e opinamos sobre aquilo que nos liga. Acusam Trocam impressões sobre livros, obras de arte e manifestações culturais em geral. Trocamos informações e mobilizamo-nos por quaisquer causas com que a gente se importe – desde o repúdio à violência contra os animais até manifestações de teor político.

Àqueles que culpam a Internet por acentuar o fosso que aparta uma parcela empobrecida da população mundial esclareçamos: a Internet é apenas uma ferramenta; os seres humanos é que podem fazer mau uso dela. Ela não aparta pessoas por si só – apenas reproduz em suas relações virtuais a segregação que permeia sem alardes nossas relações sociais no mundo físico. Talvez as armaduras caiam... e o medo não seja mesmo um bom guia na web, né?

Um grande beijo,