Uma faca de dois gumes - Banco de redações

É de extrema notoriedade nos dias contemporâneos o avanço da internet e tecnologias derivadas ao redor do mundo. Os limites de distância se suavizam, as fronteiras de espaço praticamente se dissolvem. Isso se deve pelo fato de que a cada dia surgem novos usuários da internet, em contrapartida, mais acentuada é a exclusão digital de quem não tem acesso a essa rede mundial.

Em se tratando dos lugares em geral que não possuem a disponibilidade de internet, ainda é possível se perceber a presença de antigos costumes, modos de lazer e convivência interpessoais. No entanto, nas sociedades com forte presença dessa rede mundial, esses costumes estão praticamente dissipados por completo, o que atinge mais intensamente a parcela mais jovem da população. Não é raro ver em telejornais e na vida cotidiana pais reclamando do fato de seus filhos estarem completamente dependentes dessa ferramenta, tendo seus estudos e suas relações diárias comprometidas.

Constatando esse fato, o assunto da internet torna-se uma faca de dois gumes, pois os pais reclamam por os filhos passarem horas a fio usufruindo dessa inovação e perderem o contato pessoal com o mundo exterior, no entanto, na maioria dos casos é para livrá-los do mundo exterior que os pais inicialmente disponibilizam a seus filhos esse recurso. É possível chegar a essa conclusão ao perceber que, no caso do Brasil, as maiores aglomerações de usuários de internet encontram-se nas maiores cidades, o que na maioria das vezes significa mais violência, mais poluição, mais pessoas desconhecidas umas das outras e consequentemente mais cuidado que os pais têm com os filhos em relação a tudo isso. Nesse caso, a internet é a principal solução que se encontra para manter os filhos “seguros” dos possíveis perigos que as grandes cidades podem oferecer.

Assim sendo, é necessário chegar à conclusão de que a internet aproxima as pessoas que estão distantes, mas distancia as pessoas que estão próximas. A solução nunca deve ser o isolamento, a convivência familiar e com os amigos é essencial, e é dever dos pais auxiliarem seus filhos para que ela seja mantida. O contato pessoal precisa continuar sendo prioritário para o bem individual e social. Sobre as verdadeiras distâncias, elas podem ser ultrapassadas de outras formas; o mais é só questão de esforço natural.