CORRUPÇÃO É ATITUDE, É COMPORTAMENTO - Banco de redações

            Deixar de discutir e opinar sobre a corrupção é permanecer inerte diante do assunto. E permanecer inerte é fazer parte de uma sociedade, cujas atitudes e comportamentos comprovam estar a corrupção muito mais ligada a uma condição intrínseca a essa sociedade do que apenas à impunidade.

            À [A] ideia de corrupção costuma estar ligada a [à]  ideia de que apenas os políticos é que são corruptos. No entanto, atos do dia a dia de muitos cidadãos são ignorados. Por exemplo, aqueles que burlam a fila do banco; aqueles que não respeitam os sinais de trânsito; os que devolvem ou aceitam troco inadequado; os que aproveitam o parentesco com alguém que exerce cargo público em benefício de si próprio; os que sonegam impostos; e tantos outros comportamentos que parecem inofensivos, mas que se encaixam perfeitamente na mesma condição comportamental de um político ou empresário corrupto envolvido em golpe milionário.

            Na mídia estão estampados os grandes casos e aqueles ligados, principalmente, aos poderes públicos. Dá mais ibope a divulgação de grandes atos corruptíveis como o apresentado recentemente pelo Fantástico, da Rede Globo, sobre os empresários do Rio Grande do Sul que ofereciam propina em troca de vantagens em licitações públicas. Também recorrente na mídia este ano foram as exonerações feitas pela presidente Dilma de vários ministros envolvidos em esquema de corrupção.

            Torna-se incomum discutir ética comportamental e necessidade de atitude lícita, desde as referentes às pequenas coisas como devolver o troco recebido a mais em um supermercado, por exemplo. O cidadão precisa ter consciência de que é com simples exemplos e pequenas atitudes que se mede o caráter humano. Se alguém tem princípios que o fazem agir justamente diante de qualquer situação, é assim que ele vai se portar em qualquer uma delas.

            Nesse sentido, o cidadão brasileiro precisa estar mais atento, pois atitudes corruptíveis “pequenas” ou “insignificantes” são as que levam o mesmo cidadão a praticar corrupção de alto escalão. Atitudes intrínsecas precisam ser revistas e discutidas à luz da ética e do comportamento lícito. Dessa forma, sim, teríamos uma sociedade mais fortalecida e concentrada nos interesses e no bem da coletividade social.