A mídia em xeque - Banco de redações

No dia 08 de agosto desse ano, o jornalista e humorista Rafael Bastos Hocsman, mais conhecido como Rafinha Bastos, compareceu na 14º delegacia de Polícia de São Paulo sob a acusação de ter feito apologia a violência sexual contra a mulher. Em uma de suas apresentações em sua peça “Péssima Influência”, o humorista fez uma piada em que ele afirmava que “as mulheres feias que são estrupadas deveriam agradecer por isso”.

Rafinha Bastos é conhecido em todo o país por suas declarações polêmicas a respeito de diversos assuntos. Um dia antes do comparecimento a polícia, o famoso jornal estadunidense “ The New York Times” ignorou as denúncias e publicou uma matéria sobre o humorista, engrandecendo-o como jornalista e reforçando o título de personalidade mundial mais influente do Twitter, sendo a sua conta na rede seguida por milhões de pessoas.

O Twitter como rede social faz parte do cotidiano de milhões de pessoas e o fato de haver pronunciamentos suspeitos na rede, como o de Rafinha Bastos, influenciando os jovens, acaba por colocar em xeque a responsabilidade dos veículos da mídia e de cada uma das personalidades que servem de exemplo e admiração para o resto da sociedade.

Na televisão são exibidas diversos tipos de propaganda que estimulam o consumo desenfreado e até a utilização de álcool, em horários inadequados. Na atual Constituição Brasileira, no capítulo V da Comunicação Social, é pregado no artigo 221 que são princípios básicos dos meios de comunicação dar preferência a finalidades educativas, culturais e informativas ,e também, a garantia de respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Contudo, a legislação brasileira não tem sido seguida e não há fiscalização sobre as grandes mídias corporativas burguesas, pois, elas continuam agindo livremente.

Os riscos que estão vinculados à influência da mídia no comportamento da sociedade extrapolam os campos de formação de personalidade, objetivo de vida e alienação dos indivíduos. A mídia interfere na liberdade de escolha dos cidadãos, que acabam por se transformarem somente em consumidores, perdendo a sua noção de cidadania. Passa a determinar o padrão conceitual das coisas, o significado do belo e do legal, deixando a opinião verdadeira ser totalmente esquecida.

Com o advento da globalização, a circulação de informações entre as nações do mundo se tornou cotidiana e corriqueira. A velocidade com que essas circulam fazem com que muitas vezes cheguem notícias errôneas e que quando mal interpretadas podem causar conflitos. Para tanto, os governos mundiais necessitam de fiscalizar e punir, quando necessário, todos os tipos de mídia, respeitando a liberdade de expressão, mas também protegendo a integridade dos cidadãos.