[Sem título] - Banco de redações

Na obra "A República", o filósofo grego Platão idealiza Kallipolis, uma cidade livre de conflitos e problemas. Essa concepção de harmonia social se tornou um paradigma, orientando, ao longo dos séculos, as nações que buscam uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, mais de dois milênios após a formulação da utopia platônica, a atuação de casas de apostas online e seus efeitos negativos representa, no Brasil, um grande obstáculo para a execução de um tecido social equilibrado. Diante disso, a negligência estatal e a omissão social são as principais causas da persistência desse cenário. (Muito bem. Formulou a tese)

De início, é importante destacar a insuficiência da ação estatal em relação aos jogos de apostas online. Sob essa perspectiva, o filósofo Nicolau Maquiavel argumenta que o principal objetivo do governante é a manutenção do poder, relegando a segundo plano o bem-estar social. Nesse viés, observa-se um descaso por parte do governo, com escassos investimentos na fiscalização e regulamentação das empresas responsáveis pelos jogos, não verificando os impactos negativos da sua atuação. Isso ocorre porque grande parte da população não enxerga os jogos de azar digitais como um problema e, por isso, não apoia governantes que busquem restringi-las (Melhore a apresentação dessa ideia. Argumento pertinente). Como resultado, boa parte da população faz uso dos jogos, o que acarreta na perca de dinheiro e efeitos negativos na saúde mental dos usuários.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, a omissão social diante das problemáticas que envolvem as apostas digitais contribui significativamente para sua perpetuação. Nesse âmbito, a filósofa Hannah Arendt, em sua teoria da “Banalidade do Mal”, sustenta que a sociedade se cala perante determinados problemas sociais, o que acaba por naturalizar situações problemáticas. Sob esse viés, é notória a incidência do pensamento de Arendt na situação negativa causada pelos jogos de azar, já que a maioria da sociedade enxerga a perca de dinheiro em jogos e o vício em apostas como algo banal e de baixa relevância, sendo escassas as discussões acerca desse tema no cotidiano. Com isso, há a normalização do problema e pouca pressão da sociedade no governo para mudança desse paradigma, o que contribui para a persistência da situação.

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, cabe ao Estado — detentor de recursos para a transformação social — promover campanhas de conscientização popular, como "Apostas, as consequências de jogar", por meio de oficinas educativas e comerciais televisivos, a fim de mitigar os impactos da atuação de casas de aposta online. Além disso, a mídia deve ampliar a divulgação sobre essa temática para pressionar o Governo a superar a inércia diante do problema, fazendo com que tenham uma fiscalização rigorosa sobre os jogos de azar. Assim, o Brasil poderá finalmente trilhar o caminho para se tornar a utopia idealizada por Platão. (Muito bem. Proposta completa)