[Sem título] - Banco de redações

A história da humanidade é repleta de exemplos de segregação social, dos mais diversos tipos: racial (escravidão, Apartheid, etc.), econômica (Idade Média: plebeus versus nobres e clero; burguesia X proletariado; etc.), religiosa (o sistema de castas na Índia, por exemplo), entre outros. A arquitetura hostil é, portanto, somente mais um exemplo da tendência que o ser humano tem em segregar, excluir socialmente os indivíduos da sociedade da qual faz parte. Vive-se tempos de individualismo e as cidades são um reflexo disso. (Contextualização pertinente. Formule a tese)

Vale destacar o forte impacto da desigualdade social brasileira, que dificulta o acesso igualitário à infraestrutura nas cidades. Pessoas de baixa renda são induzidas, (Sem vírgula) por terem menos condições financeiras para viver nos centros urbanos, onde tudo é mais caro, a viver nas periferias. Percebe-se, assim, um interesse daqueles que são mais abastados em lucrar com a especulação imobiliária nos centros das cidades. Logo, é neles onde circula-se mais dinheiro e, sendo assim, é preferível, do ponto de vista de quem tem o controle desses espaços, que pessoas pobres “não manchem" a imagem dos grandes centros. Por isso, mantê-las afastadas ao máximo parece a melhor opção. Criam-se, por conseguinte, todo o tipo de obstáculo para impedir que pessoas sem qualquer condição financeira, como mendigos, utilizem bancos para dormir no centro de cidades, entre outros exemplos; é essa a intenção ao instalarem grades, pinos e quaisquer outros empecilhos nos espaços urbanos. Mas isso não dificulta somente o acesso de quem não tem muito para sobreviver, mas também toda a população local que é privada de usufruir plenamente de espaços públicos, havendo cada vez menos interações sociais, tornando a sociedade mais “fechada", retraída, desconfiada, valorizando o individual. Ambiente propício para o capitalismo manter-se sempre vivo. Ademais, a violência, tão comum na sociedade brasileira, fomenta a arquitetura hostil, visto que gera na sociedade o sentimento de desconfiança, de que é preciso manter tudo o mais protegido possível. (Delimite as discussões apresentadas)

(Boa estratégia coesiva) Percebe-se, então, que um ambiente urbano hostil é a reposta precipitada e simplista à desafios brasileiros muito mais complexos. Logo, mitigar a desigualdade social é o primeiro passo para sanar esse problema. Deve-se investir em qualificação profissional, geração de renda nas periferias, para que elas também ofereçam muitas oportunidades de trabalho, fazendo com que a circulação de dinheiro não se restrinja aos grandes centros. É preciso valorizar e divulgar, também, o trabalho de ONGs (Desenvolva a sigla) empenhadas em diminuir o número da população de rua, para que consigam destinar essas pessoas à ocupação de postos de trabalho. Além de ser papel do governo pensar em quem está vulnerável socialmente, a partir de políticas públicas, como dar preferência aos sem-teto e/ou qualquer outro(a) que esteja em situação de rua, na aquisição de uma casa própria ou auxiliar, por meio de programa social específico, no aluguel habitacional, para, quem sabe, tornar as cidades menos hostis, mas sim mais igualitárias. (Não apresentou a proposta de intervenção propriamente dita)