Desafios na inclusão de deficientes visuais na educação - Banco de redações

“Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação”. A banda Legião Urbana, por meio desse trecho da música “Que país é esse”, evidencia a distância entre teoria e prática dos princípios constitucionais. Nesse contexto, é possível associar a crítica à negligência do Estado e à falta de engajamento da sociedade aos desafios na inclusão de deficientes visuais na educação do Brasil. Desse modo, é necessária a análise dessas causas, a fim de fazer valer a Carta Maior.

Nessa perspectiva, o desleixo da máquina administrativa contribui para a existência de obstáculos à formação educacional de surdos. A esse respeito, Thomas Hobbes, filósofo inglês, defende que o Estado tem a obrigação de proporcionar meios que garantam o progresso do corpo social. Todavia, a educação pública contraria a ideia de Hobbes, pois não promove a abordagem de ensino especial em sala de aula para deficientes auditivos, a exemplo da ausência de material de estudo com o texto ampliado, acesso ao sistema Braille, conteúdo gravado em áudio e descrição de figuras para os alunos. Consequentemente, sem atenção da gestão pública, a omissão do governo prejudica o processo educativo dessa parcela social. Logo, não é justo que o poder público dificulte a inclusão de PcD na educação.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, a escassez de discussões influencia na exclusão das vítimas do revés. Nesse prisma, a escritora Djamila Ribeiro defende que, para discutir uma situação, deve-se, antes de tudo, tirá-la da invisibilidade. Entretanto, o cenário do país destoa do plano da autora, já que o desafio para a instrução de educandos cegos e, para aqueles com baixa visão, não é discutido amplamente pelo tecido social e, pois, não se dá o devido valor ao debate, relegando-os à marginalização. Como consequência, muitas deles perdem a oportunidade de acesso ao trabalho. Assim, enquanto essa questão não for discutida e, posteriormente, combatida, os impedimentos à inclusão de deficientes visuais na escola alcançará uma expressiva quantidade de estudantes cegos.

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, urge atenuar as bases desses bloqueios. Para tal, cabe ao governo federal – como instância máxima da administração executiva – criar leis que estabeleçam benefícios para o acesso à educação para deficientes visuais, por meio de parceria com o Ministério da Educação, com o fim de diminuir o descaso estatal. Em acréscimo, o mesmo órgão deve informar a população sobre a existência desse entrave, o que permitirá a efetivação do diálogo sobre o assunto. Desse jeito, o Brasil consolidará um dos principais direitos garantidos aos surdos na Carta Magna: a dignidade humana. ​​​​​​​(Proposta completa)