1818 - Banco de redações

Na mitologia grega, "Procusto" era um bandido que vivia em uma floresta, nela ele submetia itinerantes à uma cama com as suas medidas. Em sequência, quem não coubesse exatamente no leito, era esticado ou cortado até que se encaixasse perfeitamente, ou seja, até que atingisse a mesma medida do próprio Procusto. Tal mito assemelha-se a intolerância predominante na sociedade, que ainda exclui e ignora os deficientes visuais e essa condição de inconsciência se torna ainda mais profunda no âmbito educacional, perpetuando os desafios na inclusão de deficientes visuais na educação, que tem a inoperância estatal aliada ao silenciamento social, (Sem vírgula) como preponderantes para o agravamento da questão.

Com efeito, é importante pontuar que os entraves para a inclusão de pessoas cegas na educação deriva da omissão governamental. Nesse sentido, segundo o filósofo renascentista Nicolau Maquiável, o principal objetivo do governante reside na manutenção do poder - e não na promoção do bem comum. A reflexão do pensador ecoa na esfera escolar brasileira, uma vez que, grande parte das escolas públicas não dispõem de ferramentas fundamentais para a inclusão de deficientes visuais, tais como piso tátil, mapas e materiais escolares em braile e recursos em áudios, consequentemente, o Estado torna-se responsável pela dificuldade de acesso igualitário a pessoas impossibilitadas visualmente

(Boa estratégia coesiva) Além disso, o silenciamento social age como promotor da problemática. Nessa perspectiva, a filósofa francesa Simone de Beauvoir desenvolveu o conceito de invisibilidade social, no que diz respeito à indiferença crônica sofrida por determinadas grupos minoritários. O conceito de Simone assemelha-se a realidade vivenciada pelo indivíduos ausentes de visão, haja vista que a falta de profissionais capacitados, aliado ao desprovimento de auxílio adequado, corrobora para a inexistência de acesso igualitário a educação no sistema público, assim a intolerância e a injustiça continuam a predominar.

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, os desafios na inclusão de deficientes visuais na educação necessitam ser sanados por meio de atitudes governamentais. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação, órgão responsável por garantir a igualdade nos colégios públicos, efetuar investimentos nas escolas por meio da distribuição de materiais e livros em braile e da disponibilidade de recursos de áudio, além de providenciar cursos de capacitação e acesso a monitorias com profissionais especializados na integração de deficientes visuais para professores e estagiários, tais ações devem ser realizadas com o intuito de fornecer acesso igualitário a educação e promover um ambiente escolar inclusivo. Logo, a "cultura de Procusto" não se refletirá no âmbito educacional brasileiro. ​​​​​​​(Proposta completa)