Os desafios na inclusão de deficientes visuais na educação - Banco de redações

Chimamanda Adichie defende que a mudança do “status quo” – o estado das coisas – é sempre penosa. Nessa perspectiva, percebe-se tal dificuldade de mudança na educação dos deficientes visuais, que sofrem por não usufruírem de um ensino eficiente, gerando dificuldades no desempenho escolar. Então, deve-se traçar estratégias a partir da atuação nas causas do problema: a lacuna educacional e o silenciamento. 

Sob esse viés, em primeiro plano, pode-se apontar como um fator determinante as falhas na base escolar. Segundo Durkheim, o papel da educação é formar um cidadão que se torne parte do coletivo. Porém, tal papel tem sido falho, uma vez que as escolas, por não estarem munidas de professores capacitados, ameaçam a aprendizagem dos deficientes visuais. Isso ocorre porque durante a formação dos discentes, independente da área de atuação, não há uma disciplina que os capacitem a gerenciar uma abordagem de ensino que seja eficaz para todos os estudantes. A título de exemplo, nota-se que, embora os indivíduos com baixa capacidade de visão necessitem da descrição de imagens para imaginar o contexto do que está sendo aprendido, na maioria das vezes, os professores estão habituados a lecionar de maneira mais teórica e menos descritiva, dificultando, principalmente, o ensino de matérias abstratas, como a matemática (Melhore a apresentação dessa discussão). Dessa maneira, em virtude da ausência de profissionais qualificados, as escolas impedem a plena inclusão dos deficientes visuais, já que estes não desfrutam de um aprendizado eficiente.

(Boa estratégia coesiva) Além disso, a falta de discussão é um desafio para a resolução da problemática. Djamila Ribeiro afirma que é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que soluções sejam promovidas. Todavia, há um silenciamento instaurado no assunto da inclusão de pessoas com deficiência visual, haja vista que as mídias, como a Rede Globo e a Netflix, não se posicionam criticamente acerca do revés. Isso acontece devido ao fato de que esses canais de comunicação não necessariamente se preocupam em abordar as chagas da sociedade, focando apenas no objetivo de entreter seus espectadores. A título de ilustração, nota-se a escassez de séries e novelas que tratem de representar as dificuldades dos deficientes visuais no ambiente escolar, ressaltando a falta de uma educação inclusiva e igualitária. Por conseguinte, a postura das mídias perante o tema torna inviável a promoção de soluções para esse cenário, pois a população não poderá refletir sobre a realidade desses cidadãos, o que inviabiliza o surgimento de manifestações a favor da necessidade de lutar contra problema, as quais poderiam levar o governo a tomar iniciativas para resolver a questão. 

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, atuar estrategicamente faz-se necessário. Para isso, o Ministério da Educação deve investir na capacitação de professores, por meio de um treinamento que os ensinem a lecionar para pessoas com deficiência visual, a fim de reverter a lacuna educacional que impera. Tal ação pode, ainda, conter planos de aula e materiais de apoio. Paralelamente, é preciso intervir na falta de discussão presente no impasse. Assim, será possível mudar o estado das coisas, mesmo que de forma penosa, como defendeu Adichie. ​​​​​​​(Proposta completa)