A relação entre um problema acadêmico e o Pink Floyd: o problema dos trotes universitários - Banco de redações

No filme "A Rede Social", os personagens Mark e Eduardo, que eram calouros de Harvard, foram obrigados a participar de um trote universitário, o qual consistia em andar com uma galinha em uma gaiola para todos os lugares. Os personagens foram humilhados com piadas e esse foi um dos motivos para eles abandonarem o ensino superior. Apesar disso ter ocorrido em uma obra cinematográfica, situações similares ocorreram e ocorrem no Brasil. Por isso, os trotes acadêmicos — que persiste até a contemporaneidade por causa da impunidade histórica e que geram consequências deploráveis em suas vítimas — devem ser debatidos pelas autoridades brasileiras.

Sob esse viés, é notável que a impunidade histórica é o principal motivo para esse cenário universitário persistir até à atualidade, além do pouco interesse das universidades em combater os violentos trotes. Esse processo de inicialização escolar se tornou comum nas diversas universidades brasileiras por causa da impunidade histórica, já que, infelizmente, essa prática acontece há muito tempo e nunca houve estudantes penalizados por agredir, fisicamente ou verbalmente, nessas brincadeiras. A novela Malhação, por exemplo, já retratou várias vezes como essa violência ocorre e como ela raramente é penalizada, devido ao pouco interesse de combater isso. Essa falta de medidas contra tal problemática é causada pelo problema denunciado pela banda Pink Floyd no álbum The Wall: as instituições educacionais não possuem uma política disposta a solucionar suas falhas. Assim, as instituições de ensino superior não têm o desejo de combater tal problema e nem de penalizar, devido a essa política de omissão. (Delimite a discussão)

(Boa estratégia coesiva) Ademais, vale destacar como as vítimas são prejudicadas e como elas são coagidas a perpetuar com essa cultura ao se tornarem calouras. O educador Paulo Freire — patrono da educação brasileira — afirmava que o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Por tal motivo, a cultura dos trotes ainda resiste, já que, nos casos em que o aluno ainda permanece no ensino superior, ele quer fazer aquilo que fizeram com ele, pois seu sonho é se tornar o opressor. Assim, a cultura se torna, gradualmente, mais violenta, ao ponto de agredir e até assassinar, como aconteceu na novela Malhação, por exemplo. Logo, o Estado precisa modificar esse cenário.

(Boa estratégia coesiva) Portanto, evidencia-se como os trotes acadêmicos necessitam ter políticas públicas debatidas entre os agentes políticos do Brasil. Por essa razão, o Ministério da Educação (MEC) tem o dever de criar uma política anti-trote nas universidades e, através de uma parceria com todas as delegacias do território nacional (como ocorre no programa PROERD), criar um canal de denúncias dentro das instituições. Além disso, a política também terá uma campanha de conscientização, para que, além de penalizar os infratores, evite a ocorrência de novos trotes. Dessa forma, o MEC alcançará a finalidade de proteger os calouros de serem vítimas de violência, evitando que os estudantes vivenciem o que os personagens de Malhação e A Rede Social viverem e, por fim, solucionar o problema do álbum The Wall: a falta de políticas públicas dispostas a eliminar os problemas educacionais. (Proposta completa)