visões - Banco de redações

Elite é uma série da plataforma de streaming "Netflix", a qual sintetiza a interação entre classes numa escola particular de renome na Espanha, em diversos episódios são retratadas as festas estudantis, em que se destaca-se a influência dos veteranos sobre os calouros e a visão deturpada acerca dos uso de drogas e bebidas álcoolicas como forma de se enturmar. Tal contexto cinematrográfico assemelha-se a realidade das universidades brasileiras, principalmente nos trotes univertários, considerado uma recepção aos calouros pelos veteranos de curso, mas que acaba em situações de humilhação e violência, (Justaposição) nesse sentido, é necessário o debate sobre a cultura do trote universitário, que tem a banalização e a omissão governamental como preponderantes para o agravamento da questão. (Formulou a tese)

Com efeito, é válido pontuar que a falta de debate sobre a cultura do trote universitário deriva da trivialidade de tal prática. Nessa perspectiva, o filosófo espanhol Adólfo Vasquez afirmava, em linhas gerais, que o aumento da frequência de determinado evento ocasiona, erroneamente, sua naturalização. Assim sendo, observa-se nos trotes acadêmicos a ocorrência de humilhações e situações desconfortáveis propostas por veteranos, em que calouros não questionam pela banalidade que é tratada a conjuntura, além do medo de questionar aquele considerado seu "superior", tal insegurança dos iniciantes corrobora para que veteranos vejam nessa circunstância, uma oportunidade de expressar intolerância e preconceito, de forma que não haja consequências. Desse modo, o descaso com a segurança física e psicológica dos estudantes necessita da atenção e responsabilidade das universidades.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, a omissão governamental atua como promotora da problemática. Acerca disso, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua teoria "Instituições Zumbis" (Vírgula) afirma que alguns órgãos, principalmente do Estado, perderam sua função social, continuam atuando mas de forma ineficiente. Em concordância com tal tese, tem-se o legislativo brasileiro que ainda não formulou leis que promovam e tornem obrigatória a fiscalização dos trotes universitários, assim possibilitando interromper situações de violência e humilhação, e fortificando os laços entre as univerdades e os calouros. Dessa maneira, a ausência de leis desvincula a responsabilidade das universidades sobre os imprevistos que acontecem nas iniciações acadêmicas, deixando os estudantes desamparados. 

(Boa estratégia coesiva) Portanto, urge que novas medidas sejam concebidas em torno do debate sobre a cultura do trote universitário, de modo que a segurança e bem-estar dos estudantes seja privilegiada. Desse modo, cabe ao Poder Legislativo, órgão responsável pela formulação de leis no Brasil, em parceria com a reitoria das universidades implementar um sistema de fiscalização obrigatório nos trotes acadêmicos por meio da contratação de impresas privadas. Outrossim, as Associações Universitárias de cada faculdade deve ser responsável por documentar e informar a reitoria todas as atividades que serão realizadas nos trotes. Tais ações devem ser realizadas com o intuito de regulamentar as iniciações acadêmicas, tornando-as divertidas e seguras a todos. Logo, diferentemente da realidade retratada no seriado Elite, os jovens brasileiros não sofrerão a influência de ideias corrompidas de diversão para socializar.