Pablo costa: nefasto quadro de trotes universitários no brasil - Banco de redações

O pintor holandês Van Gogh, na obra “Sorrowing Old Man”, retratou a aflição, a melancolia e o medo na postura de um personagem envolvido em um ambiente de intenso sofrimento. Para além da pintura, no Brasil, o sentimento desencadeado pelo nefasto quadro da cultura do trote universitário é similar ao desenhado pelo artista, visto que o trote causa sérios efeitos negativos na vida do estudante e no bem-estar social dentro das universidades. Com efeito, entende-se a negligência estatal e a existência da maldade humana como causas desse desafio. (Formulou a tese)

Diante desse cenário, é fulcral ressaltar a importância de um Estado ativo na resolução de questões sociais. Nesse sentido, consoante à Carta Magna de 1988, é dever do Estado garantir o direito à dignidade humana. Isso, porém, não é observado fora dos papéis, tendo em vista que a não eficiência do Estado na fiscalização dos trotes universitários corrobora para a persistência do entrave, a exemplo da escassez de políticas públicas dentro do ensino superior que estimulem a erradicação do trote – ou qualquer ato degradante ou humilhante – aos alunos que ingressem no ensino superior. Dessa maneira, ao invés de promover o desenvolvimento estudantil e social, tais determinações falhas contribuem para a manutenção desse cenário de falta de dignidade e de baixa empatia e, consequentemente, esses trotes, na maioria das vezes, coloca em risco a integridade física e psicológica do calouro, podendo ser equiparada a uma forma de violência e, assim, os autores devem ser punidos e tais práticas fiscalizadas pelo governo. Logo, o Estado precisa rever suas estratégias para erradicar o trote universitário. (Delimite as discussões)

(Boa estratégia coesiva) Ademais, é imperativo destacar como a violência empregada nos trotes universitários evidencia a maldade humana. Segundo Hanna Arendet, teórica alemã, quando uma atitude agressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Nesse prisma, é nítido que atos como o trote estudantil, que é resultante da não consciência das pessoas pelo mal presente em si, o qual fere não só a elas, como aos outros. Desse modo, é perceptível que substancial parcela dos estudantes manifestam na prática a cultura definida por Arendet, haja vista a normalidade do demérito aos discentes recém ingressados no contexto universitário brasileiro. Destarte, enquanto hábitos hostis forem a regra, o respeito ao próximo será a exceção. (Delimite e explore de modo mais produtivo)

(Boa estratégia coesiva) Infere-se, mediante o exposto, a necessidade de desconstruir os desafios para combater a problemática. Portanto, cabe ao Estado – enquanto garantidor de direitos fundamentais – por meio do apoio das esferas federais, estaduais e municipais, criar um projeto de intensificação na fiscalização dos trotes estudantis e punir atos que ferem o princípio da dignidade humana, começando com regras pré-definidas e acompanhamento dos trotes pelos docentes, com o intuito de minimizar os impactos negativos do trote universitário. Aliado a isso, cabe ao mesmo agente a realização de campanhas educativas e de conscientização dos estudantes a cerca acerca dos efeitos nefastos dos trotes. Com essas medidas, será possível alcançar um ambiente estudantil equilibrado e longe do sofrimento retratado por Van Gogh. (Proposta completa)