[Sem título] - Banco de redações

Na visão do filósofo francês Michel Foucault, a ausência de discussão acerca de um tema contribui para a manutenção de estruturas de poder nocivas. À luz disso, ao se constatar o problema dos chamados trotes universitários e as diferentes formas de violência as quais muitos estudantes são submetidos, verifica-se como a escassez de debate e a proposição de medidas impedem a superação da questão.Tais entraves ainda persistem, sobretudo, devido à falta de consciência coletiva e à punição praticamente inexistente. (Formulou a tese)

(Reveja a estratégia coesiva) Com efeito, faz-se fulcral apontar que a carência de reflexão em relação às consequências dos trotes estudantis configura-se como um fator central. Isso ocorre pois, segundo Hannah Arendt, filósofa alemã, as ações de violência, quando repetitivas, tendem a ser naturalizadas, o que pode afetar a percepção das pessoas sobre a gravidade de alguns atos. Esse fenômeno pode ser observado nas práticas de trote, uma vez que estas são desempenhadas há décadas no Brasil, as quais tornaram-se parte da cultura universitária. Dessa forma, esses comportamentos deletérios, permeados por crimes como injúria, lesão corporal e racismo, passam a ser vistos como normais e aceitáveis, o que dificulta sua desconstrução efetiva. (Melhore a apresentação da discussão)

(Boa estratégia coesiva) Além disso, cabe ressaltar a repressão praticamente inexistente dos atos de trote. A esse respeito, Lilia Schwarcz, historiadora brasileira, afirma que, no Brasil, ocorre uma política de eufemismos, isto é, determinados problemas são atenuados de tal maneira que o Estado pouco atua sobre eles. Logo, depreende-se uma das razões dos órgãos estatais falharem sobremaneira em coibir o óbice supracitado, tendo em vista a persistência de casos graves que acometem estudantes do ensino superior, a exemplo do episódio envolvendo estudantes do curso de Medicina de uma universidade particular de São Paulo, ocorrido em 2023.

(Boa estratégia coesiva) Portanto, é essencial que o Ministério da Educação – órgão relevante do Poder Executivo federal – promova ações que esclareçam os efeitos negativos do trote universitário. Isso deverá ser feito por meio de campanhas educativas, as quais serão difundidas em redes sociais, televisão e universidades, com o objetivo de promover o respeito e a empatia no ambiente acadêmico. Ademais, o Ministério da Justiça, por intermédio das polícias de cada unidade federativa, deverá investigar e punir trotes que envolvam violência física ou psicológica, a fim de romper com o ciclo de impunidade. Destarte, tornar-se-á possível suplantar determinadas instituições de poder, conforme assevera Michel Foucault, e reduzir os impactos degradantes do trote. (Proposta completa)