A faculdade de medicina da Unisa, no estado de São Paulo, recentemente presenciou o que deveria ser um ritual lúdico se converter em crime: alunos expuseram as suas partes íntimas e importunaram sexualmente outros grupos durante o que popularmente se intitula “trote universitário”. Com efeito, essa grave ocorrência não é fato isolado no Brasil e prejudica toda a sociedade. Nesse contexto, um debate sério sobre a qualidade educacional e a existência de poderes paralelos aos estatais se faz imprescindível. (Formulou a tese)
Sob esse viés, é imperioso destacar que a formação escolar de qualidade se encontra na base da solução do problema. Nesse aspecto, Paulo Freire – polímata brasileiro – esclarece que a educação é a principal forma pela qual a sociedade pode superar sistemas opressores dos quais o trote universitário é exemplo. Logo, se alunos na fase acadêmica cometem atos que vilipendiam outras pessoas, isso evidencia que, durante o ciclo escolar primevo, não compreenderam de modo satisfatório conceitos básicos e imprescindíveis, a exemplo do respeito, da igualdade e dos limites – sociais e legais - de suas ações individuais e coletivas. Por conseguinte, na linha do que elucida o pedagogo citado, estudantes que se portam como opressores não estão preparados para estudos de nível universitário e, posteriormente, para o exercício da profissão. Assim, enquanto o Brasil não oferecer educação transformadora de base, a sociedade terá de conviver com alunos inconsequentes, com péssimos profissionais e até com criminosos. (Delimite as discussões)
(Boa estratégia coesiva) Ademais, a cultura do trote universitário tem caráter coletivo. Sob essa ótica, existe a tese da “microfísica do poder”, formulada pelo sociólogo francês Michel Foucault. De certo, trata-se da constatação de que determinados grupos logram exercer poder diretamente sobre outros, independentemente das postulações estatais, como é o caso dos mencionados trotes. Dessarte, alunos veteranos ignoram os tipos penais e conseguem impor aos calouros a prática de ações como a que ocorreu na Unisa, além de outras que podem configurar “bullying”, violência física e até homicídio. Ou seja, enquanto houver poder irrestrito de grupos dentro das instituições acadêmicas, alunos novatos e toda a sociedade sofrerão os danos da prática em análise.
(Boa estratégia coesiva) Urge, portanto, a promoção de debate e de soluções sobre a questão do trote universitário. Para isso, o MEC (Desenvolva a sigla) deve adotar projeto pedagógico que aborde o problema – diretamente e de modo interdisciplinar, a exemplo de discussões sociológicas sobre a opressão. Essa ação também pode se concretizar por meio de palestras e de seminários. Dessa forma, os alunos brasileiros terão um melhor preparo, o que os possibilitará compreender a importância de respeitar as leis e de não atuar de modo a oprimir certos grupos. (Proposta completa)
Comentários do corretor
Lembre-se: há um limite de 30 linhas para desenvolver as discussões. Mantenha os aspectos positivos. Não deixe de exercitar a sua escrita.
Competências avaliadas
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 200 | Nível 5 - Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizem reincidência. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 160 | Nível 4 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 120 | Nível 3 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 200 | Nível 5 - Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 200 | Nível 5 - Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 880 |
Veja abaixo a nota relacionada a cada nível | ||||
Nível 0 | Nota 0 | |||
Nível 1 | Nota 40 | |||
Nível 2 | Nota 80 | |||
Nível 3 | Nota 120 | |||
Nível 4 | Nota 160 | |||
Nível 5 | Nota 200 |
Iara - Correção por Inteligência Artificial
Competência | Nota | Observações |
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Competência 1 | 200 | Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos. |
Competência 2 | 200 | Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo, e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo. |
Competência 3 | 200 | Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de vista. |
Competência 4 | 200 | Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Competência 5 | 200 | Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
Nota final | 1000 | Excelente trabalho! A redação está dentro dos padrões de excelência do ENEM, apresentando uma argumentação clara e bem fundamentada, além de uma linguagem adequada e rica em recursos. Parabéns pela conquista! |