A literatura romântica, no Brasil, tinha como principal característica a valorização, ainda que em moldes europeus, dos povos nativos, especialmente nas obras “A Moreninha”, “O Uraguai” e “I-Juca Pirama”. Entretanto, distanciando-se das pautas do romantismo indianista, a realidade brasileira é marcada, infelizmente, pela desvalorização das comunidades e dos povos tradicionais, o que escancara um grande desafio para a conservação e para o reconhecimento do patrimônio histórico e cultural do país. Isso acontece, principalmente, pela expansão desmedida da agropecuária e pela perpetuação da violência histórica que alguns desses grupos sofreram. (Ótimo parágrafo de introdução)
Sob esse viés, é indubitável que a desobediência às leis de preservação ambiental pelos latifundiários é um dos motivos que dificulta a concessão da importância merecida a esses povos considerados culturalmente diferenciados. Prova disso é que, embora a Constituição federal de 1988 assegure a preservação dos ecossistemas brasileiros - e, consequentemente, daqueles que os habitam -, a expansão desenfreada da atividade agropecuarista desencadeia a invasão de territórios culturais de forma ilegal, o que acaba impactando na sobrevivência dessas comunidades (Melhore a apresentação dessa discussão). Entende-se, desse modo, que esse desrespeito às normas constitucionais é resultado da falta de fiscalização das áreas que deveriam ser protegidas, visto que, muitas vezes, os responsáveis por essa ilegalidade saem impunes.
(Boa estratégia coesiva) Ademais, a plena valorização desses povos tradicionais é impedida, também, pela perpetuação do passado violento com que alguns desses grupos sofreram. Nesse sentido, é válido relembrar a invasão do território brasileiro pelos portugueses e o início do processo de exploração e aculturação que os indígenas e os africanos foram submetidos durante três séculos (XVI, XVII e XVIII), especialmente na época da economia açucareira. É indiscutível, dessa forma, que o enraizamento da violência histórica sofrida pelos nativos e pelos negros ameaça à preservação de outras classes culturais, como os ribeirinhos e os extrativistas, pois reacende o preconceito sobre o indivíduo que age e vive de forma diferente daquela que é considerada comum, assim como aconteceu na História do país.
(Boa estratégia coesiva) Portanto, é notória a necessidade de combater os desafios que impedem a valorização de comunidades e povos tradicionais brasileiros, tanto pela questão ambiental, quanto pelo âmbito social, para que o patrimônio histórico e cultural do país seja, por inteiro, reconhecido. Para isso, o Governo federal deve intensificar a fiscalização dos territórios naturais, por meio da contratação de funcionários pelos órgãos responsáveis por essa atividade - como o IBAMA (Desenvolva a sigla) e a Funai (Desenvolva a sigla)-, a fim de freiar a expansão agropecuarista e impor o respeito às leis vigentes, promovendo, assim, a permanência desses grupos em seu local de origem. Além disso, os órgãos publicitários do governo devem realizar campanhas de conscientização acerca da importância dessas classes culturais, por meio de palestras nas instituições governamentais e propaganda nos meios midiáticos - como sites, redes sociais e TV - com o intuito de cessar a herança preconceituosa existente e incentivar a valorização dessa coletividade assim como acontecia na literatura romântica indianista. (Proposta completa)
Comentários do corretor
Ótima produção textual. Mantenha os aspectos positivos. Não deixe de exercitar a sua escrita.
Competências avaliadas
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 160 | Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 200 | Nível 5 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 160 | Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 200 | Nível 5 - Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 200 | Nível 5 - Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 920 |
Veja abaixo a nota relacionada a cada nível | ||||
Nível 0 | Nota 0 | |||
Nível 1 | Nota 40 | |||
Nível 2 | Nota 80 | |||
Nível 3 | Nota 120 | |||
Nível 4 | Nota 160 | |||
Nível 5 | Nota 200 |