aumento da circulação das armas de fogo num país cordial - Banco de redações

Em meados dos anos dois mil houve uma intensa campanha pelo desarmamento no Brasil com a assinatura do Estatuto do Desarmamento e a votação do plebiscito que buscava proibir o comércio de armas no país. Nessa mesma época o professor José Miguel Wisnick, em uma palestra sobre a obra de João Guimarães Rosa, discorria sobre o conceito do brasileiro cordial e traçava um paralelo entre a violência do sertão de Rosa e a do contexto urbano no Brasil. O resultado do referendo não poderia ter sido outro: o brasileiro médio, esse cidadão de bem que age movido mais pela emoção do que pela razão, esse homem que é tanto do sertão quanto morador de cidade grande, votou contra a proibição da comercialização de armas de fogo. E, apesar dessa tentativa de colocar o país nos trilhos do convívio civilizado, em menos de vinte anos o Brasil voltou a mostrar que nunca deixou de ser o sertão de Rosa: conservador, violento e passional ao eleger, (Sem vírgula) não só um presidente altamente belicista, como também bancadas da bala que andam de mãos dadas com bancadas religiosas, não só no Congresso Nacional, como também nas câmaras estaduais e municipais espalhadas pelo país. Dentro desse contexto podemos perceber que o grande problema do aumento da circulação de armas no país não está no aumento do poder de fogo dos “bandidos” (Vírgula) e sim, (Sem vírgula) no poder que é dado, e legitimado, a esse homem brasileiro que age pelo coração. (Reelabore a discussão apresentada) 

(Melhore a estratégia coesiva) Ora, se pensarmos nos grandes grupos marginais do país, das milícias cariocas aos assaltantes de banco do chamado “novo cangaço brasileiro”, dos grandes traficantes de drogas como CV (Desenvolva a sigla) ou ADA (Desenvolva a sigla) fluminense ao PCC (Desenvolva a sigla) paulista, as armas de grosso calibre e enorme poder de fogo sempre circularam entre eles por meio de roubos de cargas, tráficos nas fronteiras e desvios de munição do exército e polícias estaduais. Nunca precisaram de aval, nem legitimação para existir. O aumento da circulação de armas pode facilitar suas vidas, mas não é essencial para seus negócios, (Ponto final. Explore a discussão conforme a estrutura do texto)

(Boa estratégia coesiva) Contudo, o cidadão de bem precisa desse aval que, nos últimos anos (Vírgula) lhe tem sido dado, e legitimado, por um poder central eleito e apoiado por ele. O homem cordial agora compra armas de maior poder de fogo e grandes quantidades de munição usando como “desculpa” a “defesa” de seu lar, de sua propriedade, de seu patrimônio contra a “bandidagem”. O que vemos, na realidade, é que o bandido, para esse brasileiro passional, não necessariamente é o ladrão de seu carro ou de seu telefone (Vírgula) e sim, (Sem vírgula) qualquer um que vá de encontro aos seus desejos, seja a esposa que o contrarie, o segurança do supermercado que não permite sua entrada sem máscara durante a pandemia ou o motorista que fez uma ultrapassagem que ele considerou ofensiva. (Reestruture a discussão apresentada) 

(Melhore a estratégia coesiva) Com o aumento da circulação de armas, o brasileiro médio agora tem licença para matar. O cidadão de bem, o valentão Matraga, o corretor da bolsa de valores de São Paulo são os grandes beneficiários dessa política. E não há como mudar esse estado de coisas sem mudar toda uma cultura arraigada no país. ​​​​​​​(Não apresentou a proposta de intervenção)