Concepção: no limbo entre o descaso e a humanização - Banco de redações

O romance "Memórias de um sargento de milícias" configura um verossimilhante retrato da vida de diversas camadas sociais do Rio de Janeiro da época joanina. Dentre os arquétipos representados, destaca-se o da comadre do protagonista, cujo ofício de parteira lhe atribui certa relevância na comunidade. Contudo, no cenário obstétrico atual, o aumento de intervenções cirúrgicas, aliado à inocuidade governamental, gera um declínio dessa atividade tradicional, bem como fomenta um cenário nefasto para as parturientes. Logo, urge uma maior humanização durante os partos e o debate acerca dessa importante questão de saúde pública. (Muito bem. Contextualizou o tema e formulou a tese)

(Boa estratégia coesiva) Em primeira análise, é importante ressaltar que o crescente número de procedimentos obstétricos, sobretudo as cesáreas, ocasiona o declínio da humanização durante a concepção. Nesse viés, faz-se imperiosa a perspectiva de Hipócrates- pai da medicina- que defendia uma racionalização do processo médico, aliado a um atendimento mais empático dos pacientes. Sob essa ótica, no mundo hodierno, nota-se o oposto dos ideais de Hipócrates, uma vez que o vertiginoso número de cirurgias obstétricas (inclusive ultrapassando o recomendado pela Organização Mundial de Saúde - OMS) retira a autonomia das parturientes e a aplaca a importância social das parteiras, consequentemente, desumanizando o processo de concepção (Melhore a apresentação dessa ideia). 

(Boa estratégia coesiva) Em segundo plano, salienta-se o descaso do Poder Público com essa significativa questão de saúde pública. Nesse sentido, consoante ao pensamento do filósofo inglês John Locke, o Estado- mediante um contrato social- deve garantir o direito de bem-estar social a todos os indivíduos. Por extensão desse raciocínio, no mundo contemporâneo, a vigência de embargos à autonomia feminina e ao ofício das parteiras contraria a perspectiva de Locke, uma vez que o governo não elabora ações e metas sociais para combater esses óbices e, por conseguinte, instaura uma realidade mordaz para as puérperas (Cuidado com essa afirmação. Reestruture). Sendo assim, é inadmissível que o mundo hodierno- regido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos- permita o padecimento de grande parte da população feminina, contrariando as concepções defendidas por tal acordo. (Delimite. Ótimas discussões)

​​​​​​​(Boa estratégia coesiva) Portanto, urgem mudanças posturais do setor médico e do Poder Público. Para isso, o Estado (Muito bem. Apresentou o agente) deve criar programas de saúde pública (Muito bem. Apresentou a ação), que estimulem a humanização do parto e promovam uma abordagem clínica mais empática desse procedimento (Muito bem. Apresentou detalhamento da ação). Isso ocorrerá por meio do maior repasse de verbas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e da realização de debates entre médicos, parteiras e sociedade civil (Muito bem. Apresentou o meio) na busca por uma análise mais compreensiva desse processo. Desse modo, torna-se possível a humanização dessa questão de saúde pública. ​​​​​​​(Excelente! Apresentou a proposta de intervenção)