O poder das aparências - Banco de redações

O seriado de televisão britânico "Black Mirror" é conhecido por utilizar da ficção para tecer duras críticas à sociedade atual e, principalmente, à relação da mesma com a tecnologia. Um de seus episódios mais emblemáticos, por exemplo, retrata a vida em um mundo onde o status social é definido por um sistema de avaliação coletivo. Nele, a protagonista força-se a manter uma vida superficial e de aparências com o objetivo de alcançar popularidade e prestígio social. Assim, o episódio chama a atenção do espectador para um problema emergente: o culto digital a padrões de vida mentirosos e praticamente inalcançáveis e o poder de manipulação de indivíduos, ambos sendo cada vez mais propagados e facilitados pelas redes sociais. (Excelente parágrafo de introdução)

(Melhore a estratégia coesiva) Em “A sociedade do espetáculo”, Guy Debord afirma que o sistema de produção capitalista criou um meio onde a economia influencia todos os aspectos de uma sociedade, inclusive sua cultura. Isso culminaria não só em um extremo consumismo por meio da ação excessiva dos veículos de propaganda, mas também numa geração de pessoas que teria sua definição de prestígio social vinculada não apenas à riqueza e a posses, mas à exibição das mesmas para o resto da sociedade. Atualmente, com o uso das mídias sociais integrando a rotina de cada vez mais pessoas, pode-se perceber este exato padrão: devido ao fato do conteúdo divulgado na internet poder ser escolhido pelo próprio usuário, muitos utilizam disso para moldar um estilo de vida repleto de luxo, lazer e felicidade dentro do meio digital. Além disso, muitos desses perfis —geralmente com a ajuda de procedimentos estéticos e aplicativos de edição de fotos— perpetuam padrões de beleza que são quase inacessíveis para a maioria da população e que costumam nem ao menos ser reais. (Delimite as discussões)
 
(Melhore a estratégia coesiva) Esse tipo de comportamento é danoso não só para quem o pratica como para os que entram em contato com o mesmo: enquanto muitos mascaram e ignoram problemas em suas vida em troca de manter uma falsa estética de "vida perfeita" na internet, todos os que não estão enquadrados em tais padrões sofrem com sentimentos de deslocamento social, autocobrança e ansiedade somados a uma queda cada vez maior de autoestima. A angústia e tristeza que a necessidade de se enquadrar a um padrão tão alto criam também culminar em distúrbios alimentares, depressão e até mesmo suicídio. (Abordagem superficial. Resstruture)

(Boa estratégia coesiva) Observa-se, portanto, que o zelo pela saúde mental dos considerados viciados em internet deve se tornar uma das prioridades no mundo atual. Para isso, não seria necessário abdicar do meio digital: ações como a criação de grupos de apoio online para comunicação entre os afetados pelo uso excessivo das redes sociais, por exemplo, também seriam benéficas. Ademais, é necessário que tanto as famílias de tais usuários como a sociedade num geral mobilize-se para propor novas atividades para essas pessoas, podendo atenuar o uso constante da internet por meio do incentivo a novos hobbies (como artesanato, leitura ou costura) e à prática coletiva de atividades ao ar livre. Desta maneira, a melhoria psicológica dos usuários consequentemente contribuirá para a construção de um mundo digital mais saudável.