Legado patriarcal: papéis e desigualdades de gênero - Banco de redações

Por vários séculos, a cultura ocidental, na qual a sociedade brasileira se insere, esteve estruturada numa hierarquia sexual e de gênero que impunha às mulheres um padrão de conduta submisso e limitador da liberdade do seu próprio corpo e seu próprio destino. Com isso, no decorrer da história, o papel social atribuído ao sexo feminino foi sendo delineado para girar em torno da figura masculina, voltado para a vida privada em que se dava a reprodução e criação de homens para a sociedade. Assim, a existência daquelas enquadradas no gênero "mulher" praticamente sempre esteve condicionada à existência masculina. Na análise da escritora e filosofa Simone de Beauvoir, no famoso ensaio "O Segundo Sexo", em termos ontológicos, a tradição patriarcal concebe o ser feminino como relativo, dependente do ser masculino, que é absoluto. Logo, a inteligência, sensibilidade e tudo aquilo que a filosofa norte-americana Judith Butler sintetiza no termo "performance"( hábitos, gestos, escolhas estéticas, etc) das mulheres foram direcionados e formados sob o signo da coadjuvância social. (Excelente parágrafo de introdução. No entanto, sintetize as ideias centrais que serão desenvolvidas ao longo do texto)

Contudo, graças a circunstâncias da história recente e aos movimentos de luta por emancipação e igualdade de direitos protagonizados pelas mulheres, elas têm ganhado cada vez mais autonomia e espaço na sociedade. Porém, a persistência dos pressupostos da citada hierarquia sexual e de gênero continuam produzindo entraves e evidenciando discrepâncias na atual busca das mulheres por conquistar lugares antes exclusivos aos homens. Nessa busca, elas têm que lidar com o fato de ganhar em média salários inferiores aos dos homens, seja porque são desvalorizadas no mercado de trabalho ou por não terem as mesmas oportunidade de ascensão e qualificação profissional. Na sua trajetória acadêmica, não são estimuladas para a produção científica e tecnológica, já que na mentalidade vigente são atividades masculinas. Não obstante (Vírgula) o fato de comporem a população economicamente ativa, grupo essencial para o desenvolvimento econômico e o futuro da Previdência Social, são sobrecarregadas com atribuições dentro do sistema família, instituição esta fundamental para a formação humana das gerações seguintes. E, além de tudo isso, estão sub-representadas na política nacional, o que não só reforça o estereótipo da mulher avessa à vida pública, como tira de sua capacidade decisória questões essencialmente ligadas à sua condição, como a Lei do Aborto, por exemplo. (Ótimos argumentos, mas precisam ser sintetizados e mais desenvolvidos no texto, visto que há um limite de 30 linhas)

Portanto, diante do que foi exposto, é possível concluir que equidade de gênero pressupõe o fim das distinções dos papéis de gênero herdados do passado patriarcal. E isso só pode ser garantido à medida que mudanças culturais e políticas públicas operem conforme o princípio pelo qual homens e mulheres, cisgênero e transgênero, devem ser valorizados como seres humanos igualmente dotados de razão e sensibilidade, bem como avaliados em suas competências individuais, para além das categorias de gênero em que, por escolha própria e não determinismos biológicos. constroem e vivem sua identidade. (?)