- Banco de redações

No período Brasil Colônia, a economia do país era pautada na agricultura. Os senhores de engenho eram os detentores da riqueza. Possuíam uma mão de obra composta por negros (escravos), pardos e indígenas, que constituíam um grupo social desassistido. Mais tarde, nasce um Brasil República controlado pelos ricos da Colônia, no qual os desassistidos do período passado ainda figuravam na condição de subordinados. Portanto, a existência de dois grupos sociais antagônicos, instaurou um estigma social intrinsecamente étnico que não foi sanado pela fundação de um Estado democrático e, sim, robustecido, o que enraizou a desigualdade social que permeia na sociedade brasileira.

Mormente, se faz imprescindível salientar que muito embora o Brasil seja um país democrático que objetiva o cumprimento dos direitos sociais (acesso à educação, saúde, etc.), não é menos verdade que esses tem sido assimilados pelas diferentes classes sociais de forma distinta e desigual. No que tange à educação, com base em um dado recente divulgado pelo Ministério da Educação (Mec), sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual consta que das cem escolas com as maiores notas no Enem, 97 são privadas, se pode afirmar que o Estado tem falhado em ofertar educação de qualidade para os inadimplentes ou, no mínimo, semelhante a ofertada para os que podem pagar por ela. Do exposto, se torna evidente que o fator que mais outorga mobilidade social para as classes abastadas e, com isso, oportuniza chances de amenizar a desigualdade social gritante no país, tem sido um fator promotor do distanciamento das classes sociais.

Nessa esteira, cabe ressaltar, ainda, que a desigualdade social se encontra relacionada a questões étnicas. Tendo como referencial uma pesquisa publicada recente (Qual?), a qual expõe que os negros brasileiros, em qualidade de vida, se encontram dez anos atrás dos brancos. Desigualdade essa que se estende a questões geográficas. Nas favelas cariocas, a maioria da população é negra e lá se encontra a população marginalizada da cidade. Tais fatos corroboram a existência da afinidade entre a desigualdade social e a desigualdade racial em um país cujo povo é miscigenado.

Infere-se, que a desigualdade social gritante no Brasil é resultante da má gestão do Estado brasileiro, bem como de um estigma racial enraizado na história do país. Urge, portanto, que o Poder Legislativo formule reformas eficazes nas áreas que se encontram abaixo do nível de qualidade, como a educação, com o fito de realizar nelas mudanças que transformem o atual quadro social do país. Ademais, é preciso que os grupos étnicos mais afetados pela desigualdade social tenham o acesso à educação mais flexível, visto que é, principalmente, da educação que emana a esperança de mudança de vida. A execução de tais medidas definirá, assim, um Brasil mais igualitário.