A polêmica do novo ensino médio - Banco de redações

Quando o cientista Albert Einstein disse que todo mundo é um gênio, mas se um peixe for julgado por sua capacidade de subir em árvore, ele viverá acreditando ser um estúpido, ilustrou satisfatoriamente a necessidade das escolas respeitarem as individualidades de cada aluno. A reforma do ensino médio, anunciada pelo governo federal por medida provisória, permite dar ao aluno a competência para escolher a sua vocação. Contudo, isso não soluciona os maiores problemas do ensino médio brasileiro, que são os baixos indicadores de aprendizagem e as altas taxas de evasão.

A reforma do ensino médio enfatiza a flexibilização da grade curricular, que será composta de disciplinas obrigatórias e facultativas. Dessa forma, os estudantes irão escolher uma área mais adaptada às suas vocações para se especializar, que pode ser linguagens, matemática, ciências biológicas, ciências humanas ou ensino técnico profissionalizante. Todavia, cada escola precisa ter pelo menos dois desses campos, o que implica o risco dos discentes optarem por uma escolha que não esteja em seu bairro ou cidade. Além disso, por serem muitos jovens, ocorrerão equívocos de muitos alunos na escolha da área de especialização (Por quê?).

É evidente que os problemas do ensino médio brasileiro não se limitam a escolha da vocação de cada estudante. O docente deve ser qualificado de forma a ser capaz de criar melhorias no processo de ensino e identificar as diferenças entre os alunos, uma vez que a aprendizagem depende de um trabalho de análise que reconheça os potenciais existentes na sala de aula e construa o ambiente adequado para desenvolvê-los. Ademais, muitas escolas públicas carecem da presença de espaços de apoio ao ensino, como bibliotecas, laboratórios de ciências e sala de computadores e de serviços básicos como eletricidade, água e limpeza, o que desanima a comunidade acadêmica.

Portanto, a reforma do ensino médio precisava ser mais debatida, porém esse processo foi feito por meio de medida provisória, o que implicou urgência para a aprovação. Desse modo, não surgiram soluções realmente capazes de resolver os problemas do ensino médio. Para construir resultados mais adequados, é preciso que os projetos de lei e as políticas públicas de educação permitam a ampla presença da comunidade escolar, (Ponto final) afinal, permitir a participação de todos é fundamental para a promoção de ideias e o exercício da democracia.