O cenário falido do sistema carcerário do Brasil não é exclusivo deste milênio. No século XX, mais precisamente durante a década de 1990, muitas das unidades prisionais brasileiras apresentavam problemas, como, por exemplo, superlotação e degradação estrutural. Tal situação culminou no episódio mais trágico do sistema prisional do país: o massacre do Carandiru, quando presos iniciaram uma rebelião naquela unidade. Atualmente, o problema penal persiste e tende a aumentar vertiginosamente. Superlotação, agentes mal treinados e instalações precárias tornam o modelo prisional tupiniquim um dos piores do mundo. Com isso, surge a questão: quais os caminhos para melhorar o sistema carcerário brasileiro?
De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, o Brasil possui déficit [deficit] de 250 mil vagas em presídios, gerando a situação de superlotação e de quebra do estado [Estado] de direito. A ausência de vagas traz consigo a depredação das unidades e a falta de higiene necessária para condições de bem estar [bem-estar] . Além disso, penas severas para crimes brandos aumenta [aumentam] a densidade demográfica de detentos, fazendo dos presídios o habitat ideal para recrutamento de novos integrantes do crime organizado e da violência.
Como se não bastasse, a falta de treinamento dos agentes penitenciários provoca, em boa parte dos casos, abusos de poder sobre a vida do encarcerado. Sofrer humilhações e espancamentos faz parte da vida do detento.
Fica clara, portanto, a necessidade de buscar caminhos que melhorem essa realidade. O Poder Judiciário deve proporcionar a maior coerência possível em seus julgamentos, fazendo, assim, uma melhor distribuição de presos de acordo com o nível do crime cometido. Segundo o filósofo grego Epicteto, só a educação liberta. Com base nisso, o Governo Federal, por sua vez, deve investir em sociólogos, [sem vírgula] para que estes reforcem o treinamento dos agentes prisionais, fundamentando, assim, uma base sólida de ética e cidadania no exercício da profissão. Reparos nas unidades devem ser feitos anualmente, evitando proliferação de pragas e doenças. Com tais medidas, o sistema prisional do Brasil poderá ser mais eficaz e menos degradante.
Comentários do corretor
O texto apresentou um bom nível de escrita e fez colocações pertinentes sobre a questão. Há uma proposta de intervenção sobre o tema e o tema foi bem explanado. Faltou um mais amplo trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos etc.) para enriquecer ainda mais o texto.
Continue lendo e escrevendo!
Competências avaliadas
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 150 | Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 150 | Nível 4 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 150 | Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 150 | Nível 4 - Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 150 | Nível 4 - Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 750 |
Veja abaixo a nota relacionada a cada nível | ||||
Nível 0 | Nota 0 | |||
Nível 1 | Nota 40 | |||
Nível 2 | Nota 80 | |||
Nível 3 | Nota 120 | |||
Nível 4 | Nota 160 | |||
Nível 5 | Nota 200 |