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É condenável a atual crise carcerária em que o Brasil vem passando. Número de presos superior ao que os presídios podem suportar, triste ambiente vivido pelos detentos que vai contra os direitos humanos, conflitos entre facções criminosas, nenhuma iniciativa por parte do governo na ressocialização, e por isso, [ressocialização e, por isso,] um crescente número de reincidentes. É preciso que haja uma reformulação na conturbada estrutura prisional brasileira e na cultura do encarceramento.

A obra de Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere, narra a história do próprio autor que foi preso durante o Estado Novo e estava sujeito às péssimas condições de higiene e falta de humanidade na rotina carcerária. Infelizmente essas situações existem até hoje. Um cenário que afronta os direitos humanos. Além disso, há uma péssima assistência aos policiais, agentes prisionais e diretores de presídios, fazendo que esses fiquem inativos com relação as [às] ações e conflitos criados pelas facções. Diferente [Diferentemente] do Brasil, em outros países que se preocupam com a situação do sistema carcerário, com [como] a Noruega, os presidiários podem cozinhar, caminhar na praia e até trabalhar, ações que contribuem para uma ressocialização.

Ademais, a [há] mais detentos do que celas, porém novas prisões não são a solução, é preciso uma reformulação na cultura de encarceramento e aumentar a prática de penas alternativas para crimes de menor potencial, como prestações de serviços comunitários [vírgula] que, além de diminuir o número de presos em celas [vírgula]  estimula a reintegração social, até porque, de acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional, em 2014 [vírgula] a taxa de ocupação na unidades prisionais brasileiras é cerca de 161%, e o número de reincidentes passa de 70%, segundo o IPEA.

A partir do que foi apresentado, percebe-se que a crise no sistema prisional que o Brasil vem passando não está entrando em colapso: já entrou. Portanto, é preciso que haja uma maior preocupação do governo em relação a [à] atual estrutura prisional, investindo em ações em que os presos possam passar seu tempo livre trabalhando, estudando e etc., como também o Estado, junto com o Departamento Penitenciário, utilizar medidas alternativas para crimes mais leves,[sem vírgula]  e ainda incentivar empresas a oferecerem empregos para ex- presidiários, [sem vírgula]  para que não precisem cometer novos crimes. E dessa forma, Diferente [Diferentemente] do que ocorreu com Graciliano Ramos, todos poderão viver de forma digna.