Após a rebelião que resultou na morte de 56 presos na Penitenciária de Manaus, fica evidente que precisamos repensar no [o] sistema carcerário brasileiro. Já definido como caro, falido e ineficaz pelo Conselheiro Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Hugo Leonardo, nosso sistema necessita, com urgência, de uma reforma estrutural. Mas, [sem vírgula] como seria essa reforma e como ela poderia ajudar?
Seguindo políticas públicas da Holanda e Suécia, países que são exemplos na gestão carcerária, o cerne da mudança está no posicionamento: cadeia não é para punir, é para reabilitar.
Com esse raciocínio, percebemos que todo nosso sistema prisional (com raras exceções) está na contra mão [contramão] do desenvolvimento. Para que fique mais fácil visualizar o que estamos propondo, analisaremos a frase de Jan Roelaf van der Spoel, vice diretor [vice-diretor] da prisão de Nogerhove, Holanda: "Aqui nos [nós]olhamos para o indivíduo. Se ele tem problemas com drogas, trataremos do vício. Se é violento, providenciamos gestão da raiva. Se tem dívidas, oferecemos consultoria e educação financeira". Assim, notamos que a função dos presídios, nesses países, é a reabilitação.
Outra grande mudança consiste no trabalho dentro da penitenciária. Na Holanda, os detentos devem iniciar suas atividades o mais rápido possível, pois é por meio delas que ele proverá seu sustento e reduzirá sua sentença, além de habituá-lo com a realidade fora do cárcere. Essas funções são variadas : cozinhar, jardinagem, manutenção - pintura, reparos e limpeza dentro do presídio. Aos olhos de van der Spoel, esses trabalhos também contribuem para uma inserção mais fácil no mercado de trabalho pós [após] período prisional.
Por fim, fica nítido que estamos na contra mão do processo de recuperação de nossos detentos e que é possível reverter a situação atual. O que nos falta é seriedade e comprometimento para entender que o detento é um ser humano e assim ele deve ser tratado.
Comentários do corretor
O texto aborda o tema proposto e apresenta uma tese sobre o tema. No entanto, faltou uma linha argumentativa mais embasada para enriquecer o texto e uma proposta de intervenção menos genérica e mais específica sobre a questão. Procure realizar um mais amplo trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, retrospectivas históricas etc.)
Competências avaliadas
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 150 | Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 150 | Nível 4 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 150 | Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 150 | Nível 4 - Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 100 | Nível 3 - Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 700 |
Veja abaixo a nota relacionada a cada nível | ||||
Nível 0 | Nota 0 | |||
Nível 1 | Nota 40 | |||
Nível 2 | Nota 80 | |||
Nível 3 | Nota 120 | |||
Nível 4 | Nota 160 | |||
Nível 5 | Nota 200 |