Fluidez indesejada - Banco de redações

De fato, estamos vivendo um tempo de constante liquidez. Mais precisamente apões após a revolução técnica técnico-científica e depois dos anos 90, as tecnologias se desenvolveram consideravelmente, por causa, principalmente, da procura do ser humano por uma vida mais confortável. Como já dizia Bauman, “vivemos tempos líquidos, nada é para durar”, assim, percebemos que após essa constante modernização das inovações cientificas, nossa sociedade também sofreu transformação significativa. Hoje, ao contrário do que se acredita, estamos mais distantes uns dos outros, fechando-nos em relacionamentos superficiais e sem fundamento. Tal problema pode trazer, além das consequências diretas para a sociedade, aumento da violência e falta de paz entre as pessoas.

Isso é resultado, além do próprio avanço da tecnologia em si, da dependência que nós seres humanos, atualmente, temos da renovação, da certeza do futuro e da constante mudança. De acordo com muitos sociólogos, as últimas gerações, Y e Z, necessitam periodicamente da transformação das próprias vidas, com a necessidade de alimentarem sempre o presente e moldarem o futuro. Assim, com a ajuda das redes sociais e de outras ferramentas, virtuais ou não, que hoje são de fácil acesso à grande parte da população, os jovens, especialmente, trocam as “antiquadas” relações interpessoais duradouras por relações frágeis que alimentam a desunião do mundo, pois ainda frisam negativamente nossas diferenças, alimentando preconceitos e conflitos.

Outro problema é a interferência desse novo modo de agir na educação do país, uma vez que se as pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras, torna-se muito mais difícil a propagação de conhecimento. Em muitas escolas brasileiras, ocorre o perigoso problema do distanciamento social dos alunos, professores e pais. Assim, se a escola é uma das instituições mais importantes que formam os seres humanos, se essas relações superficiais influenciam na formação que a escola dá aos jovens, Formam-se pessoas indiferentes à sociedade, que levarão o país a um estado de calamidade social. Pensando sobre a seguinte frase do famoso empresário do ramo tecnológico, Steve Jobs, “estamos aqui para fazer alguma diferença no universo, se não, por que estar aqui”, por conseguinte, se a sociedade se tornar mais indiferente ao meio, não haverá sentido para estarmos aqui.

Portanto, “nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar, pode esperar encontrar respostas para os problemas que as afligem”, de acordo com o já citado sociólogo Zygmunt Bauman, (.) assim, se continuarmos alimentando esse estado de superficialidade nas relações humanas, estaremos sempre condenados à conformidade com nossos problemas. E, para tentarmos acabar com esse problema, devemos tomar algumas medidas. Uma delas, com a ajuda da família e das escolas, é instituir limites para o uso dessas tecnologias pelos jovens, não proibi-lo, mas educar sobre o uso consciente aos jovens desse bem que acaba veiculando esse grave problema tratado. Também é de suma importância a instituição de programas educacionais por organizações como o MEC, procurando garantir educação eficaz a todos os brasileiros, dando outras oportunidades de formação e também de convívio social principalmente para os jovens, pois como dizia Kant, “o homem é o que a educação faz dele”.