O século XX foi marcado pela passagem da sociedade de produção para a sociedade de consumo, o que culminou em uma série de mudanças, inclusive relacionadas às relações interpessoais. É evidente que o homem não deixou de se relacionar com o próximo, pois segundo Aristóteles, o ser humano depende dessa interação para viver, (;) contudo, observa-se nitidamente que essa relação tornou-se superficial.
Atualmente são escassos os vínculos de amizade, o que existe majoritariamente são laços momentâneos, sustentados por um alto desejo de consumo que transforma o homem em um objeto. Nas redes sociais, por exemplo, é comum tornar-se amigo de uma pessoa em um momento, curtir suas publicações e pouco tempo depois esquecer esse alguém. O grande número de indivíduos nessas redes, bem como o desejo de querer mais, coloca o homem em meio a multidões, o que para Jelson Oliveira, coordenador do curso de Filosofia da PUC-PR, anula o ser, que passa a não enxergar a si mesmo nem ao outro, o que o leva a estabelecer relações mecânicas com quem o cerca.
Além disso, pode-se relacionar esse novo modo de convivência do homem contemporâneo com a vontade de não sofrer. Na tentativa de evitar decepções, este extingue de sua vida laços de amizade, dado que para Nietzsche a amizade é o espaço de boa disputa, ou seja, é a interação que tira o indivíduo de sua zona de conforto.
Nota-se, dessa forma, que as relações interpessoais contemporâneas – superficiais - são resultados de transformações históricas desenvolvidas ao longo do tempo que alteraram o comportamento da sociedade. Uma maneira de reverter essa situação é pela readoção de costumes esquecidos, como reunião da família na hora das refeições para socialização. Ou pelo uso consciente das redes sociais, como pelo desenvolvimento de grupos de família e/ou pessoas próximas para compartilhamento do cotidiano, na tentativa de fortalecer laços. Tudo isso agregado a à difusão dessas atividades pela mídia, através de programas de entretenimento e informes publicitários, por exemplo.
Comentários do corretor
Atenção à pontuação, à concordância de número (singular e plural), ao emprego da crase e à regência verbal.
O texto aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente, crítica e bem desenvolvida, com citações pertinentes ao assunto.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 150 | Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 150 | Nível 4 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 200 | Nível 5 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 200 | Nível 5 - Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 200 | Nível 5 - Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 900 |
Veja abaixo a nota relacionada a cada nível | ||||
Nível 0 | Nota 0 | |||
Nível 1 | Nota 40 | |||
Nível 2 | Nota 80 | |||
Nível 3 | Nota 120 | |||
Nível 4 | Nota 160 | |||
Nível 5 | Nota 200 |