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Os avanços dos meios de comunicação modificaram as relações humanas. Embora as redes sociais estreitem as distâncias entre as pessoas, as interações sociais estabelecidas no meio digital são superficiais e suscetíveis ao fenômeno da descartibilidade descartabilidade. Portanto, a realidade é que, no mundo contemporâneo, a ideia de integração entre os homens é ilusória e baseada em relações de baixo comprometimento com o “outro”, contribuindo, assim, para a formação de sociedades frias e distantes.

Ainda que redes sociais, como Facebook e WhatsApp, permitam que milhões de pessoas conversem e troquem informações em tempo real, as relações virtuais são frágeis porque carecem da troca de olhares sinceros e do contato direto. Além disso, essas redes contribuem para a descartibilidade descartabilidade humana: basta um clique para que uma pessoa seja excluída ou bloqueada, de modo que as pessoas deixam de cuidar ou se importar com as outras instantaneamente.

Outro fato que, também, colabora para a superficialidade dos relacionamentos é o estilo de vida contemporâneo associado ao excesso de novidades materiais. A rotina atribulada diminui o tempo disponível para se estabelecer laços firmes dentro ou fora do lar, enquanto as novidades tecnológicas consomem grande parte da atenção da população, com destaque para os adolescentes. Assim, como apontado pelo sociólogo polonês Bauman, as relações humanas tornam-se líquidas e impera a conveniência entre as pessoas.

Por isso, é importante que a sociedade disponibilize maior tempo para a construção das relações, dando prioridade para o contato pessoal e para a qualidade dos diálogos. Também, o uso das redes sociais carece de cautela, a fim de impedir o isolamento digital e permitir, de fato, o estreitamento dos relacionamentos. Desse modo, as interações humanas serão mais consistentes e sem data de vencimento.