No final do ano passado(,) a rede estadual de São Paulo foi sacudida pelas ocupações dos alunos, que após a imposição de uma maneira que o estado encontrou para cortar gastos, disfarçando com um verniz pedagógico e chamando de “reorganização” essa que tinha como objetivo fechar salas e escolas, causando transtornos e desconforto para os alunos. A maneira como a proposta de reorganização foi imposta aos alunos, sem debate com a comunidade ou ao menos ouvir as opiniões e anseios dos estudantes, demonstra como a educação para os filhos da classe trabalhadora vem sendo administrada nos últimos anos, numa lógica perversa onde a qualidade da educação que é oferecida é o que menos interessa ao poder público.
Ser professor no Brasil é atualmente uma das profissões que menos despertam interesse nos alunos concluintes no do ensino médio. Os baixos salários e as péssimas condições de trabalho afastam até mesmo a juventude que se forma em alguma licenciatura e desiste da carreira após se informar sobre a situação. E isso acaba sendo um dos entraves para uma boa educação pública, onde na qual muitas vezes os professores atuantes na rede são aqueles formados pelos antigos magistérios e licenciaturas curtas oferecidas no período da ditadura militar, que ficaram marcadas historicamente pela baixa qualidade, e por formar professores dependentes do material didático(,) que não conseguem oferecer uma aula dinâmica ou de qualidade.
Outra questão importante que vêm vem colaborando para os baixos índices da educação pública no estado de São Paulo, é a política de progressão continuada que foi adotada no período em que Mário Covas era o governador e foi implantada com o objetivo de cortar os gastos gerados pelos alunos que repetiam, e aumentar os índices de escolaridade. Porém(,) ao longo dos anos essa ideia falhou miseravelmente e criou gerações de alunos diplomados e(,) ao mesmo tempo(,) analfabetos funcionais, que se formam sem saber grande parte dos conteúdos.
A falência da educação pública não deve ser analisada de uma forma rasa culpando os alunos e professores, mas sim o poder público que nas últimas décadas pouco tem se movido para melhorar a qualidade e valorizar os professores(,) e tomando o estado de São Paulo como exemplo, as medidas adotadas nos últimos anos serviram apenas para sucatear cada vez mais a escola pública ao invés de promover melhorias. Assim, enquanto o projeto de governo for voltado para o neoliberalismo visando apenas reduzir a máquina estadual cada vez mais, não há como esperar medidas eficientes ou interesse em melhorar a educação pública.
Comentários do corretor
Atenção à pontuação, à concordância de número (singular e plural) e ao uso de preposições.
O texto aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente e crítica, no entanto ficou muito focado em exemplos limitados ao estado de São Paulo. Procure desenvolver uma argumentação mais abrangente.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |