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Cidade é mais do que um espaço delimitado por fronteiras. Cidade é uma área com função social e que reflete a maneira de organização de uma sociedade. Partindo desse princípio, deve-se entender os locais públicos como ambientes de interação e desenvolvimento social. Entretanto, o estilo de vida contemporâneo e o desinteresse governamental reduzem a importância dos ambientes coletivos e geram, assim, a necessidade de aprimorar o aproveitamento dos meios urbanos.

Em uma sociedade em desenvolvimento, como a brasileira, a tendência ao imediatismo e a falta de interação com o meio são características, cada vez mais, comuns e que contribuem para que as pessoas prestem menos atenção no meio que as cerca. Ou seja, o estilo de vida atual-marcado pela pressa e agitação-torna a sociedade indiferente em relação ao espaço público, diminuindo a função social desses ambientes que, em vez de serem palcos de interação e debates, tornam-se meros locais de passagem.

Outro fator que dificulta o bom aproveitamento dos espaços coletivos é o descaso do governo, desde a esfera municipal até a nacional federal. O Brasil carece de diretrizes focadas, especificamente, na utilização do meio público para que esses espaços sejam usados para a convivência e lazer. Além disso, praças e parques poderiam ser usados para a promoção de debates sociais(,) e, até mesmo, para afastar jovens do crime através de brincadeiras e palestras socioeducativas.

Portanto, é preciso entender os espaços públicos como bases para o bom convívio social e, a partir daí, promover melhorias capazes de integrar o homem ao meio a que ele pertence. Para tanto, a parceria entre Estado e população é imprescindível: o governo precisa oferecer uma infraestrutura de qualidade e patrocinar a arte nesses locais, e a população, por sua vez, deve adotar uma visão mais humanitária quanto aos centros urbanos. Desse modo, as cidades exercerão seu papel social: servir de alicerce para o desenvolvimento econômico e social de um povo.