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A retomada do espaço público nas cidades

Enviada em: 11/10/2015

Status:

Corrigida
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     Segundo o filósofo Immanuel Kant, há uma batalha entre individualismo e socialização. Esse último se liga diretamente à capacidade humana de se integrar com o outro, harmonicamente, o que se amplia com os espaços públicos, destinados à afirmação dos direitos coletivos. No entanto, a função socializadora desses meios se destitui na medida em que há a preocupação com a estética ambiental em detrimento do indivíduo, aliada à insegurança nas cidades fortalecida pela negligência governamental.  

     Em uma primeira análise, é indiscutível afirmar que a formação de espaços coletivos é uma característica inerente ao convívio humano, o que já se evidenciou em Atenas, pólis grega, que usava desses lugares para promover a cidadania. Atualmente, esse quadro fica ampliado com o cenário democrático, que embasa os benefícios da convivência coletiva como forma de enrijecer os direitos humanos e o discurso harmônico entre os indivíduos. Ruas, praças e parques, nesse sentido, através do auxílio governamental, permitem um espaço de lazer e satisfação de prazeres.

     Apesar disso, muitos entraves que envolvem estruturas tradicionais, como a segregação socioespacial, afetam, de fato, esse quadro. Sabe-se que a diversidade de povos e de classes nas zonas urbanas amplia o conceito de marginalização e a consequente repulsão entre indivíduos no espaço público. Tal cenário é concretizado com a insegurança nas ruas, que se liga à violência urbana e à falta de estímulos governamentais para reverter essa situação caótica, o que contribui para formar enclaves fortificados - conceito usado para designar estruturas que segregam diferentes espaços. Ademais, a crescente priorização da estética espacial, como forma de demonstrar o crescimento econômico, desvia a função de atender ao bem-estar coletivo.

     Torna-se evidente, portanto, que o espaço público como forma de integração acaba por se transformar em um espaço circulativo e momentâneo de pessoas. Sendo assim, cabe ao Estado, através de sua função reguladora, difundir, com o auxílio de ONGs, a necessidade de permanência duradoura das pessoas nesses espaços, desenvolvendo uma consciência coletiva através de mutirões e campanhas. Esse objetivo será ampliado com fiscalizações policiais estratégicas de modo a fortalecer a segurança. Além disso, deve haver um concílio entre diferentes classes por meio da educação por escola e família. Só assim, a socialização evidenciada por Kant será visível nos espaços públicos.

Comentários do corretor


Atenção à pontuação.

Bom texto. Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente, crítica e bem desenvolvida.

Continue exercitando sua escrita.


Competências avaliadas


Item Nota
Adequação ao Tema Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. 2.0
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. 2.0
Adequação ao Gênero Textual Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. 2.0
Adequação à modalidade padrão da língua Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. 1.5
Coesão e Coerência Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. 2.0
NOTA FINAL: 9.5


Saiba como é feito a classificação da notas
0.0 - Ruim 0.5 - Fraco 1.0 - Bom 1.5 - Muito bom 2.0 - Excelente