Comida, diversão e arte - Banco de redações

  A violência presente nas cidades tem delimitado os espaços de convivência do cidadão urbano(,) que tem optado por dedicar suas horas de lazer em espaços privados, que lhe garantam maior segurança. Como consequência disso, percebe-se a valorização de áreas privadas em detrimento das áreas públicas, parte devido ao investimento do setor privado que vêem vê nos shoppings Center e outros um excelente mercado e(,) por outro lado, a falta de interesse do governo em destinar verbas à reestruturação das cidades.

  As cidades, sobretudo as metrópoles, enfrentam o problema da depreciação de suas ruas, praças e prédios históricos(,) acompanhados do aumento da criminalidade. Assim, a cultura de abandono dos centros, onde há maior densidade de prédios e da indústria, para os subúrbios(,) é algo experimentado em muitos países europeus e da América do norte, onde a classe média migra para regiões mais periféricas e os mais pobres permanecem no centro. No Brasil, esse fenômeno pode ser observado na região do ABC paulista.

 Nesse panorama, a retomada dos espaços públicos é um desafio a ser enfrentado pela própria população, pois além de não haver iniciativa por parte dos governantes, cobra uma mudança cultural em que o ambiente passe a ser visto como algo em beneficio de todos, cabendo a todos zelar por ele, o que parece fazer alusão aos pensamentos de Marx.  

  Além disso, deve haver uma certa vontade de mudança por parte de todas as classes sociais(,) caso contrário se observará uma segregação na utilização do espaço relacionada ao poder aquisitivo(,) como se pode observar na cidade do Rio de Janeiro, onde foi dificultado o acesso da população mais pobre à praia de Copacabana.

   O esteriótipo da cidade como um local unicamente de trabalho deve ser rompido(,) sendo substituída por um conceito humanístico em que as pessoas e o espaço formam um só componente. Assim, deve haver uma mudança cultural da população, e que essa veja o direito a um espaço público de qualidade como uma forma de exercer a sua cidadania e de crescimento individual e coletivo. Afinal, como já cantava os Titãs, não basta suprir às suas necessidades fisiológicas, o homem necessita conviver e produzir cultura.