A reforma das relações sociais - Banco de redações

Atualmente, existem as cidades de consumo de lugar(,) cuja principal característica é a adaptação de locais públicos e privados aos padrões visuais de grandes metrópoles, fazendo com que a atenção dos visitantes seja atraída. Isso movimenta a economia de determinada região, apesar de excluir os mais pobres desse processo. Porém, nos últimos anos, alguns meios urbanos brasileiros estão sofrendo adaptações a fim de ficarem mais acolhedores para seus cidadãos, ou seja, os espaços não privados das cidades estão sendo retomados e revitalizados, promovendo a inclusão social.

O principal representante desse movimento é a cidade de São Paulo, onde várias praças, como a da Vila Carrão, foram reformadas – ganharam novos gramados e equipamentos esportivos. Com essa atitude, as crianças de diferentes idades e condições socioeconômicas podem brincar livremente e aproveitarem de suas infâncias, sendo assim, diminui-se a recorrência da situação narrada pela canção “Muros e grades” do Engenheiros do Hawaii: “Meninos de rua, delírios de ruína, violência nua e crua”.

Músicos, skatistas, ciclistas, também auxiliam na reforma do visual dos centros urbanos. No momento em que utilizam esses espaços públicos para se divertirem, mostram à população que aquelas vias são acessíveis a todos e são ótimos lugares de relaxamento. Foi o que ocorreu na cidade de Uberaba (MG): a praça Concha Acústica estava destruída e, após uma reforma, se tornou local de encontro de pessoas de diversos bairros para assistirem a shows de artistas regionais e nacionais, promovendo o lazer e a socialização.

Muitos urbanistas dizem que arquitetura é poesia, porém falta sensibilidade por parte deles a fim de tornarem o espaço público mais atraente. Caso possuíssem consciência do poder que as cidades exercem sobre o convívio social da população, desenvolveriam projetos visando a reforma do meio urbano.