Desde os primórdios das civilizações, os seres humanos viam na locomoção uma ação indispensável para a sobrevivência e através do nomadismo conseguiram se adaptar ao mundo e se espalhar por ele. Tal prática foi remodelada com o tempo, mas o homem moderno continua se locomovendo, agora lançando mão das tecnologias e meios de transporte variados, sobretudo nas áreas urbanas. O crescimento populacional, porém, intensifica esse fenômeno e gera problemas que prejudicam a qualidade de vida das atuais gerações.
Há pouco mais de cem anos, o transporte mais comum ainda era aquele movido à tração animal. O advento da Revolução Industrial, a invenção e fabricação em massa do automóvel idealizada idealizado por Henry Ford e o desenvolvimento do conceito de transporte público possibilitou ao ser humano vencer cada vez mais barreiras físicas e biológicas para alcançar seus objetivos. O que os pioneiros da mobilidade mecânica não previam foram os problemas que suas criações criariam a longo prazo, os quais sentimos atualmente.
No Brasil, a má administração governamental e o aumento do crédito para a população viabilizaram um crescimento da frota de veículos próprios que passaram a competir acirradamente o espaço das vias públicas. O motorista urbano hoje é um indivíduo que vive sob demasiado estresse, preso em congestionamentos sucessivamente mais longos e pouco cogitando a ideia de substituir o conforto de seu veículo pelas condições de lotação e conservação desencorajadoras de alternativas coletivas. Desse ponto de vista, as iniciativas dos governos de cidades como São Paulo que promovem “rodízios” de veículos nos dias da semana chega a ser praticável, mas tanto quanto problemático.
Embora medidas enérgicas defendidas por governantes como o ex-prefeito de Bogotá – que incluía desde a restrição do uso de carros ao fim dos estacionamentos – sejam consideráveis, avaliando-se o índice crescente da população, é preciso que o poder público e a iniciativa privada invistam muito mais na qualidade dos transportes públicos e alternativos para que o incentivo a seu uso regular demonstre benefícios reais. Mesmo que o Brasil ainda esteja distante de se equiparar à formidável Finlândia e outros países escandinavos nesse quesito, atitudes simples e esperadas como a da prefeitura de Maceió, capital das Alagoas, que convoca a população para auditorias públicas com o intuito de tomar providências cabíveis e transparentes para suas queixas são um indicativo de que novos caminhos ainda são possíveis.
Comentários do corretor
Bom texto. Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente e crítica, além de explorar bem o contexto do problema trabalhado. Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 9.5 |
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