(I)mobilidade - Banco de redações

O trânsito brasileiro, na maioria dos grandes centros, é um dos piores do mundo. Exemplo disso é que, segundo a Folha de São Paulo, um paulistano perde, em média, 45 dias por ano preso na lentidão. Vários são os fatores que conduzem a tal estado, mas o fato de o carro ter se tornado sinal de status, assim como a péssima condição do transporte público(,) são os principais.

Há muito tempo que o carro se tornou uma entidade social forte no país. Possuir um veículo, por mais que ele não consiga se mover a mais de 10 km/h no trânsito, pode ser a diferença, ao menos na cabeça de alguns, entre conseguir determinado emprego ou garota. Desse modo, milhões de metros quadrados, que seriam muito melhor utilizados por coletivos, são desperdiçados por errantes em suas máquinas de status.

Além disso, as precárias linhas de ônibus não ajudam quem busca um deslocamento eficiente. Tem-se uma frota defasada, suja, com uma área de cobertura pequena, que transita juntamente com carros e caminhões em um sistema nada eficiente e que ainda por cima possui uma das tarifas mais caras do mundo. Não é a toa que esse mesmo sistema foi alvo de protestos recentemente.

Assim sendo, para que o cidadão possa se locomover eficientemente(,) é preciso revitalizar o sistema público de viação. Em vez de estimular a compra de automóveis com redução de impostos, se faz necessário utilizar tais impostos para a renovação da frota, redução da tarifa e, por que não, copiar modelos viários que já deram certo, como o da cidade de Curitiba. Deste modo, não só será reafirmado o direito de ir e vir, mas também assegurado o direito ao deslocamento efetivo.