O machismo persiste há anos na sociedade, porém, com o passar do tempo, ele foi mudando as suas características. A versão contemporânea dele dificulta a ascensão das mulheres no mercado de trabalho e torna-as mais vulneráveis ao estupro.
Há um tempo, o machismo na sociedade segregava a mulher, limitando-a apenas a cuidar dos afazeres domésticos e, assim, havia – majoritariamente – o sexo masculino no mercado de trabalho. Atualmente, as mulheres ganharam espaço nas empresas, contudo – na maioria das corporações – os cargos, cuja posição hierárquica é elevada, como diretoria, possuem poucas mulheres ocupando são pouco ocupados por mulheres. O grave disso é que, em vez da meritocracia estar em questão na hora de uma promoção interna, o sexo – erroneamente – também influencia de maneira implícita nos processos seletivos das empresas. Com isso, elas já entram na disputa de uma ascensão profissional de modo desigual em relação aos homens simplesmente por serem mulheres, quando – na verdade – o correto seria que apenas o currículo e as características comportamentais, como (capacidade) de liderança, por exemplo, influenciassem na promoção dos candidatos à vaga.
Outro ponto negativo do machismo contemporâneo é a violência sexual contra elas. O pior é que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em pesquisa realizada em abril de 2014, 58,5% dos entrevistados responderam que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Ou seja, se uma mulher saísse de casa com um decote, por exemplo, a culpa de um possível estupro seria dessa mulher, conforme o pensamento da maioria dos entrevistados pelo Ipea. Essa errônea opinião machista pode acarretar em casos de estupros covardes*, como o da cidade de Castelo, no Piauí, no qual 4 adolescentes com idades entre 15 e 17 anos foram estupradas, espancadas e jogadas de um penhasco por 1 homem e outros 4 menores de idade.
A educação e punições rígidas aos infratores são boas soluções para diminuir o machismo e(,) com o tempo(,) eliminar a incidência dele nas empresas e na sociedade, mas tal eliminação é um processo demorado, pois é um tema que algumas vezes está instalado implicitamente em um contexto social, como nas empresas. Portanto, incluir o tema da violência contra a mulher devido ao machismo na grade curricular escolar é uma boa forma de mudar para melhor o comportamento dos jovens. Os legisladores também devem criar leis mais severas a fim de punir os criminosos que praticam violência sexual contra as mulheres.
Comentários do corretor
* Estupro covarde é redundância.
Atenção à pontuação, à concordâncias de número (singular e plural) e à coesão frasal.
Bom texto. Aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente com o ponto de vista defendido e crítica, além de explorar dados relevantes sobre o assunto.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 8.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |