O bom ladrão

A obra inicia-se com o personagem Dimas lembrando o mistério de Capitu, personagem da obra de Machado de Assis.

Dimas conhecera Isabel no Rio de Janeiro, nunca imaginara viver lá, muito menos trabalhar em um jornal. Mas foi lá mesmo no jornal em que trabalhava que se encontrou com Isabel, ela era loira e logo lhe chamou a atenção. Vinha para fazer um anúncio. Um quarto vago na sua casa que queria alugar para estudante ou um senhor só.
Saiu sem pagar e levando a caneta que tomara emprestada dele para escrever o anúncio. Ele mandou publicar o anúncio, pois achava que Isabel voltaria para pagar, mas não. Depois ele foi ter com ela, usava a dívida e a caneta como pretexto, mas na verdade estava interessado por ela. Conseguiu o endereço no anúncio, e fingiu estar interessado no quarto. Não esperava, mas acabou por alugar o quarto.

Morava lá também a mãe de Isabel. Eles começaram a namorar. Ela, por gosto da mãe, deixara bem claro que só iria para a cama com ele depois de casada. Muitas vezes ele ficava noites em claro a fumar por não agüentar o desejo. Certa vez suas abotoaduras sumiram, pensaram ser a empregada a culpada, mas ela era honesta, tinham provado deixando dinheiro no bolso do casaco e ela o devolveu.

Casaram-se, esse tempo a mãe dela já havia morrido. No aniversário de um ano de casados foram em um restaurante fino, e antes de saírem ele viu Isabel furtando uma colher. Já haviam passado por isso antes quando ainda namoravam, ela colocou alguns sabonetes na bolsa, mas escapou alegando ter achado que esses haviam sido cobrados.
Ele censurou-a, mas ela alegava querer uma lembrança do restaurante, assim ele pediu ao garçom a colher ao que ele cedeu sem pestanejar. Mais Isabel se irritara, no táxi não falou nada e lançou a colher pela janela.

Chegou a casa deles o primo da mãe de Isabel, Garcia, os dois se entendiam e o marido não gostava disso, via no homem um mau caráter e mentiroso. Ele se hospedou na casa até que pela perda de um dinheiro, ele pediu que fosse embora. Daí pra frente Isabel começou a sair e em um desses dias ele a encontrou em uma livraria, desta vez ela furtara um livro, O primo Basílio.

Depois disso ele tentou imitá-la. Foi até a livraria, pegou a edição de luxo de Dom Casmurro, escondeu entre os jornais que carregava, estava quase saindo quando um vendedor perguntou-lhe se queria que embrulhasse, ele disse que não e pagou o livro. Em um dia chegou em casa e não encontrou Isabel, o relacionamento dos dois não era o mesmo. Ele ficava até tarde no jornal e ela não o esperava mais, ele ia pro bar depois do serviço e quando chegava dormia em outro quarto, deixando-a sozinha no quarto do casal.

Nesse dia em que ela não estava em casa esperou por ela, achou que ela tinha o abandonado, mas não, ela chegou. Tinha ido a um concerto, eles haviam combinado, mas ele se esquecera. Depois disso ele voltou mais cedo do trabalho tentou mudar o rumo do casamento. Os dois saíram, foram a um barzinho, lá se encontraram com um casal amigo.

Durante a noite já tinham tomado outro rumo. Foram até a casa do casal, para ver o filhinho deles. Chegando lá ele reconheceu nela o olhar que buscava o item que lhe despertaria o furto. Estava quase pegando um cachorrinho de cerâmica, quando os donos da casa lhe chamaram a atenção sobre o item. Ofereceram a ela que não aceitou. Quando foram embora ele mostrou o objeto que havia furtado. Ela ficou brava e ele o lançou no meio da rua.

A vida dos dois se tornara difícil, no serviço um dos companheiros o acusou de ter roubado o seu isqueiro. Ele começara a revirar as coisas, às escondias, murmurava. Isabel foi ter com ele, ver o que estava acontecendo. Reconciliaram-se. Ele saía cedo do jornal e os dois ficavam juntos. O primo Garcia reapareceu, ele não gostava.

Um dia quando chegou ao trabalho, avisaram que a polícia estivera lá atrás dele. Ele foi à delegacia junto com um colega de trabalho. Esperou um pouco do lado de fora. Quando o chamaram, perguntaram onde estava às onzes horas na noite de vinte de março. Ele não sabia, levou uma pancada no pescoço. Um homem veio e disse que podia não ser ele. Foi liberado. Tentou dizer a Isabel que eles haviam sido descobertos, ela não ligou. Pelo contrário, disse que ele estava doente e começou a tratar dele.

Um dia ele saiu e pediu demissão do jornal. Ela não gostou muito. Dois dias depois Garcia apareceu para se despedir, pois ia para Europa, Dimas no início não quis descer, depois foi. Estavam jantando quando a policia chegou. Garcia era advogado, tentou defendê-los, uma bolsa tinha sido roubada. Isabel mandou que ele entregasse, ele subiu ao quarto, não sabia o que acontecia, mas acabou achando a bolsa e foi preso.

Ele falou para Isabel ir com Garcia pra a Europa. Ela topou, mas no fim nenhum dos dois foi. Isabel se mudou e sumiu, Garcia foi para os Estados Unidos e mandava cartas. Ele acabou saindo da prisão e voltou pra Minas.

Voltou a questionar o enigma de Capitu, via no mistério de Dom Casmurro o mistério do seu casamento. Anos depois ainda viu Isabel em frente a uma joalheria no Rio.

Por Rebeca Cabral