Graciliano Ramos
Por Marina Cabral da Silva
Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, Alagoas, e faleceu no dia 20 de março de 1953, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.
Primeiro filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, viveu com seus quinze irmãos nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), enfrentando a seca e as surras aplicadas pelo pai. Diante disso, Graciliano desenvolveu a idéia de que “todas as relações humanas são regidas pela violência”.
No ano de 1894, Graciliano mudou para Buíque (PE) com a família, foi nesse período que ele teve o primeiro contato com as letras.
A família viveu em diversas cidades do Nordeste brasileiro.
Graciliano seguiu para o Rio de Janeiro assim que terminou o 2º grau, na cidade ele trabalhou como jornalista.
Em 1915, voltou para Palmeira dos Índios, Alagoas, permanecendo junto ao pai. Nesse ano casou-se com Maria Augusta de Barros, que faleceu em 1920, deixando quatro filhos pequenos.
Foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, permaneceu no cargo até 10 de abril de 1930.
Partiu para Maceió, onde viveu até 1936, casou-se com Heloísa Medeiros e trabalhou como diretor da Imprensa Oficial.
Voltou para Palmeira dos Índios e fundou uma escola, período em que iniciou o romance São Bernardo.
Graciliano lançou seu primeiro livro Caetés no ano de 1933, romance que escrevia desde 1925.
Em 1934, publicou São Bernardo. Nesse mesmo ano seu pai faleceu.
No ano de 1936, o país vivia a ditradura de Vargas e do coronel Filinto Müller, e em março desse mesmo ano Graciliano foi preso, enviado a Recife e posteriormente ao Rio de Janeiro, sob acusação (não formalizada) de ter conspirado no mal sucedido levante comunista de novembro de 1935.
Com a ajuda de muitos amigos, entre eles José Lins do Rego, publicou Angústia.
Em Janeiro de 1937 foi libertado.
As experiências vividas na cadeia foram repassadas na obra Memórias do cárcere, publicada postumamente em 1953.
Nesse mesmo ano recebeu o prêmio Literatura Infantil, do Ministério da Educação com a obra A terra dos meninos pelados.
Seu famoso romance Vidas Secas foi publicado em 1938.
Em 1943, sua mãe faleceu e no ano seguinte lançou o livro infantil Histórias de Alexandre.
Lançou Dois dedos e Infância (livro de mamórias) em 1945, ano no qual se filiou ao Partido Comunista.
Publicou Histórias incompletas (1946); Insônia (1947); Infância (1948).
No ano de 1952, viajou com sua esposa Heloísa para Tcheco-Eslováquia, Rússia, França e Portugal. Ao retornar, nesse mesmo ano, decidiu ir a Buenos Aires cuidar de sua saúde, submeter-se a tratamento de pulmão.
Foi operado, mas os médicos não lhe deram esperanças de recuperação.
Em janeiro de 1953, foi internado e faleceu no dia 20 de março, vítima de câncer de pulmão.
As obras Viagem (1954); Linhas tortas, Viventes das Alagoas, Alexandre e outros heróis (1962) e Cartas (1980), foram publicadas postumamente.
Suas obras são:
• Caetés (1933);
• São Bernardo (1934);
• Angústia (1936);
• Vidas Secas (1938);
• A Terra dos Meninos Pelados (1939);
• Brandão Entre o Mar e o Amor (1942);
• Histórias de Alexandre (1944);
• Infância (1945);
• Histórias Incompletas (1946);
• Insônia (1947);
• Memórias do Cárcere, póstuma (1953);
• Viagem, póstuma (1954);
• Linhas Tortas, póstuma (1962);
• Viventes das Alagoas, póstuma (1962);
• Alexandre e outros Heróis, póstuma (1962);
• Cartas, póstuma (1980);
• O Estribo de Prata, póstuma (1984);
• Cartas a Heloísa, póstuma (1992).