Gestão de Negócios em Surf
A palavra surf é uma abreviação do verbete inglês “surface”, que quer dizer superfície. Desde que os primeiros surfistas, os habitantes da ilha de Uros, no Peru, que há 450 anos desafiavam o oceano Pacífico em balsas de palha (as primeiras pranchas), deslizando na superfície do mar, o esporte sofreu diversas adaptações, principalmente culturais.
De simples lazer passou a esporte, virou mania nos Estados Unidos da América nos anos 50 e ganhou adeptos em todo o mundo. Hoje, o mercado do surf, com seus campeonatos e produtos (pranchas, equipamentos e a própria imagem dos campeões) movimenta cerca de R$ 2,5 bilhões anualmente e cresce 10% ao ano desde 2000, só no Brasil.
Foi para movimentar tanta grana e diversificar os negócios deste esporte, que já está virando um empreendimento, que surgiu a procura por um profissional específico. Alguém que goste do esporte e ao mesmo tempo tenha noções de administração, economia, comunicação e marketing: este é o tecnólogo em Gestão de Negócios em Surf.
Diploma
O curso de Tecnologia em Gestão de Negócios em Surf era oferecido pela Universidade Politécnica da Estácio de Sá (UNESA-RJ) e pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali-SC), mas nas duas instituições o curso foi extinto. Atualmente, a solução é fazer um curso de Tecnologia em Gestão de Negócios e depois uma pós-graduação em Negócios do Surf.
A 1ª referencia da Estácio foi um curso de bacharelado ministrado na Austrália chamado Surf Science and Technology (algo como “Ciência e Tecnologia do Surf”) na Edith Cowan University. O coordenador do curso na UNESA, o amante do surf André Alcântara Martins, 32 anos, conta que “Quando iniciei minha participação no projeto [de implantação do curso na Estácio], era essa nossa referência. Meu papel inicial foi ajudar a adaptá-lo à realidade nacional, especialmente à do Rio do Janeiro que é bem diferente da Austrália.”
André havia conhecido pessoalmente o curso na Austrália, que acontece em uma pequena cidade chamada Bunbury, ao sul de Peth, no oeste do país. Lá ele pôde ver com os próprios olhos como os gringos transformaram a paixão pelo surf em profissão, com diploma e tudo.
O curso
O coordenador indica o curso para “aqueles que gostariam de trabalhar em um mercado em expansão, que embora ainda lide com muito amadorismo, está se profissionalizando a cada dia”. Além disso, o curso é perfeito para quem quer viver profissionalmente do surfe e empreender seu próprio negócio na área. “É um curso muito interessante também, para quem já trabalha com surf, mas precisa se capacitar mais e melhorar seus rendimentos”, completa André.
Segundo André Martins, dentro da área de atuação do tecnólogo em Gestão de Negócios em Surf existem várias possibilidades, mas, as mais procuradas são: Fábricas de prancha, Organização de campeonatos e eventos e Gestão de lojas e marcas. Confira outras possibilidades de mercado deste profissional:
• Empresas de surfwear (roupas de surf)
• Empresas de material esportivo
• Academias e clubes
• Assessoria de Imprensa de desportistas do surf
• Mídias ligadas ao surf
Este tecnólogo também pode trabalhar como gestor de programas de esporte e lazer ou em empresas ou entidades de administração do esporte. Onde ele irá aplicar o que aprendeu em sala de aula depende do que mais gosta e de sua competência profissional.
Falando em sala de aula, o curso da Estácio envolve aulas práticas, teóricas e visitas técnicas. Ele é dividido em quatro módulos: Escolas e Serviços, Surfshop e Marcas, Produção de Pranchas e Equipamentos e Organização de Eventos. Ao final de cada módulo, o aluno ganha um certificado intermediário. Os quatro são: Gerente de Surfshop, Assistente de produção de pranchas, Gerente de Escolas e serviços em surf e Organizador de Eventos em Surf.
Veja algumas disciplinas que são destaques da grade curricular do curso de Tecnologia em Gestão de Negócios em Surf:
• Empreendedorismo
• Moda, arte e cultura no surf
• Origens, história e evolução do surf
• Turismo no surf
• Marketing esportivo
• Ecologia e educação ambiental
• Produção de pranchas e equipamentos
• Comunicação esportiva
• História do surf no Brasil
O coordenador André Martins conta que a Estácio tem parcerias com empresas que estão ajudando os alunos do curso a conseguirem estágios e empregos, mas que ainda é insuficiente. “Nosso objetivo é ter 100% de aproveitamento dos egressos por estas empresas. Embora muitos alunos tenham seus próprios negócios na área”, diz o otimista André, bacharel em Esporte pela Universidade de São Paulo (USP).
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Um belo exemplo
Conheça a história de Cynthia Pimenta, a surfista aluna do curso de Gestão de Negócios em Surf.