Estudar no exterior é de fato maravilhoso! Você já ouviu falar da Síndrome do Regresso?

A cada ano aumenta o número de pessoas que se aventura a ir estudar no exterior para obter uma experiência internacional, tão valorizada, este assunto é amplamente comentado. A ansiedade, os detalhes da viagem, o fazer das malas, a mudança, o desconhecido. É comum também escutar sobre o período de adaptação no país novo e a saudade de casa. No entanto, pouco se fala do retorno ao Brasil, obviamente tido como o fim da experiência acadêmica no exterior. No entanto, esta pode ser o início de uma fase muito difícil na vida do estudante.

A experiência de ir estudar no exterior é tão boa, que causa depressão a maioria das pessoas que retornam a nossa terra tupiniquim. É o que o neuropsiquiatra Décio Nakagawa chamou de Síndrome do Regresso, como publicado na matéria da Folha de São Paulo. É tão comum que se tornou até objeto de estudos. Para se ter uma ideia, o período que alguém leva para se adaptar em uma nova nação leva até seis meses; o tempo para se readaptar no próprio país, na volta, leva até dois anos!

É claro que pode haver um choque cultural quando aterrissa em um lugar desconhecido; ou então, a solidão pode dar as caras nos primeiros dias. Mas logo, você irá se inserir em uma rotina de estudos, estará rodeado de gente nova, terá inúmeros lugares para conhecer, visitar, viajar... Cria-se uma vida nova, em um país a ser explorado. Enquanto isso, a vida no seu país de origem continua a mesma, da forma que você deixou. Você retornará com uma bagagem cultural, acadêmica e social renovada, adquiridas em lugares onde as coisas costumam funcionar de maneira diferente (e, quase sempre, melhor) que no Brasil.

São inúmeros prós e contras, o Brasil sem dúvidas é maravilhoso, mas quem está fora inevitavelmente faz comparações entre o país em que está morando e a sua amada pátria. Se você ainda está na dúvida se deve ir ou não estudar no exterior e tem a possibilidade da escolha, não perca mais tempo e encontre já o curso ideal para você seja nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, etc. Sem dúvidas a experiência será muito marcante na sua vida e você irá provavelemente sentir um “eu antes” e “eu depois” de morar fora.

Por isso, é completamente natural sentir-se triste com o retorno. Você deixa para trás a universidade e os amigos pelos quais se afeiçoou; deixa a cidade onde acostumou-se a viver... A felicidade em rever tudo e todos em casa é grande, mas em poucas semanas você já estará reinserido na rotina antiga e isto pode ser um pouco difícil de aceitar, voltar para a “vida real”.

É muito importante que você tenha noção de que esta “depressão pós intercâmbio” acontece e passa. Não se sinta culpado por sentir-se infeliz. Mais importante ainda é que sua família e seus amigos entendam que esta tristeza é normal, tenham paciência e procurem lhe ajudar a superá-la. O melhor a se fazer é ocupar a cabeça: voltar a trabalhar, sair de casa, passear, dedicar-se a um hobbie, estudar... Quando menos perceber, você estará readaptado. A saudade permanece, mas de forma saudável, afinal, tudo que é bom deixa uma marca permanente em nós!

Por Brenda Bellani