Que comecem os jogos!
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Depois de quase sete anos da escolha, a cidade-sede dos Jogos Olímpicos 2016 parece não estar preparada.
Em outubro de 2009, o Blog da Redação falou sobre a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas. O fato foi considerado por muitos uma vitória sobre os países de primeiro mundo, uma vez que o Rio enfrentou Madri, Chicago e Tóquio. Desde então, a cidade maravilhosa virou um grande canteiro de obras, com construções e reformas por toda parte.
Algumas exigências feitas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) precisaram ser cumpridas pelo governo local para oferecer a estrutura ideal para atletas e turistas. Isso é muito bom, pois o legado dos jogos vai beneficiar, e muito, os moradores da cidade.
Anos depois...
Enfim, chegou 2016, as competições estão quase começando e o Rio de Janeiro está pronto para receber todos os envolvidos nos jogos. Só que não! Nem a cidade, nem o estado e nem o país estão prontos para o evento.
Não sou perito no assunto, mas posso listar alguns motivos para afirmar o despreparo para receber os jogos. Começando pela situação econômica, pois em 17 de junho o Governador em exercício do Rio de Janeiro decretou Estado de Calamidade Pública no âmbito da administração financeira. Isso mesmo, o caos está estabelecido no estado, no que tange as contas públicas.
Outro motivo é a instabilidade política que o país vive. Temos a Presidenta da República afastada e um país dividido em os que são a favor do impeachment e os que são contra.
Outros motivos
A começar pela Austrália, uma das primeiras delegações a chegar, as reclamações sobre a Vila Olímpica foram muitas. A falta de acabamento e até mesmo de água nos apartamentos em que os atletas devem ficar hospedados já foram noticiados pela imprensa internacional. Em uma conta rápida, foram quase sete anos desde a escolha do Rio como sede dos jogos e não foi o suficiente para conseguir entregar as obras.
Existe ainda a polêmica da Baía de Guanabara, famosa pela quantidade de lixo em suas águas. O local será palco de algumas competições de vela, triatlo e maratona aquática. Isso mesmo, os atletas devem nadar no meio do lixo e dejetos humano (aqui, em respeito ao amigo internauta, evito usar o termo que o The New York Times usou na semana passada).
Não bastasse o transtorno para os atletas, parece que os turistas também vão enfrentar dificuldade. O sistema moderno de transporte coletivo, chamado de VLT, já apresentou problemas na execução. Fora o sistema de segurança que nunca foi o nosso forte.
Se precisar de mais motivos, podemos citar as preocupações da Organização Mundial de Saúde (OMS): dengue, chikungunya e zika. Até a ausência do aplicativo “Pokémon GO” no Brasil já foi alvo de reclamação de alguns atletas estrangeiros.
Pessimismo
Definitivamente, pessimismo não é uma de minhas características, mas não há muito o que comemorar. A insatisfação é nítida, basta olhar a campanha feita pela internet para apagar a Tocha Olímpica, feito alcançado algumas vezes durante o revezamento.
No entanto, o atraso em obras para as Olimpíadas não é exclusividade do Brasil, em Pequim 2008, por exemplo, o governo chinês assumiu o compromisso de resolver o problema da poluição do ar e não cumpriu. Já em 1996, nos jogos de Atlanta houve falha no sistema de computadores que registravam as notas, além dos problemas no trânsito da cidade.
Enfim, mesmo com tantos problemas o Brasil não deixa de ser um país de festa e que faz piada de suas maiores misérias, esperamos que a “zoeria” nas redes sociais nos leve a dar boas gargalhadas durante os jogos. Sem dúvidas, a alegria e a hospitalidade do povo brasileiro, mesmo em tempos tão difíceis, deve compensar a estadia de alguns gringos. O Brasil é gigantesco e encantador, isso crise nenhuma nos tira.