Pré-sal: a galinha dos ovos de ouro do Brasil

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Recentemente a Petrobras confirmou a presença de enorme quantidade de petróleo em uma camada da Terra chamada pré-sal, existente no fundo do mar. Esta nova reserva foi encontrada no Campo de Tupi, no litoral paulista, e tem capacidade para encher 100 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Além desta, a Petrobras já encontrou indícios de petróleo na camada pré-sal da costa brasileira desde Santa Catarina até o Espírito Santo.

O motivo de tanta euforia é que até então as reservas brasileiras não passam de 14 bilhões, número bastante distante das estimativas preliminares dos 100 bilhões de barris esperados do Campo de Tupi. Além disso, o petróleo do pré-sal é bem mais leve e de ótima qualidade, o que faria com que o Brasil pudesse deixar de importar deste tipo de óleo.

A descoberta de óleo em camada pré-sal não é novidade, já que em 2009 a Petrobras começa a extração na Bacia de Campos, litoral do Espírito Santo, mas com produção bem inferior à estimada para Tupi.

Mas afinal, o que é pré-sal?


O pré-sal é uma das camadas da Terra, localizada entre 5 e 6 mil metros de profundidade da superfície do mar, a 400 km da costa. Ao que se sabe, possui 800 km de extensão e 200 km de largura.


Localização da camada pré-sal na geologia terrestre*

Formada por rochas porosas, o petróleo e o gás penetram esta camada e mantêm-se armazenados sob altíssima pressão. O problema de extrair petróleo do pré-sal é que nesta parte da Terra a temperatura oscila entre 80º C e 100º C, o que, aliada à pressão, torna as rochas muito moles e com propriedades elásticas, dificultando muito a perfuração do poço. Caso não seja revestido rapidamente, todo o esforço para atingir os 5,5 km terra abaixo será em vão.

Desafios

Como se não bastassem essas dificuldades, o tubo que liga a plataforma à camada pré-sal precisa suportar ondas sísmicas, correntes marítimas e flutuações da base, além da corrosão provocada pelo dióxido de enxofre.

Este tipo de extração é um dos maiores desafios tecnológicos já vividos no mundo. De acordo com José Formigli, gerente de exploração da Petrobras, em entrevista concedida ao site Apolo 11, o maior desafio é mudar “a direção das brocas sem causar o desabamento nas paredes do poço”, já que o tubo de ligamento não é continuamente vertical.

Vantagens

A exploração de petróleo em Tupi terá início em 2010 e tem como meta a produção diária de 100 mil barris, o equivalente a 5% da produção nacional. Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o Brasil saltaria do 24º lugar para a 8ª ou 9ª posição no ranking dos países com as maiores reservas de petróleo e gás no mundo.


Campos de petróleo explorados pela Petrobras*

O melhor mesmo é a chance de deixar de importar óleo, o que, teoricamente, reduziria os preços de seus derivados à população, principalmente a gasolina. Atualmente a Petrobras vem investindo bastante na produção e publicidade do biocombustível como combustível ecologicamente correto e economicamente satisfatório. O governo Lula também não fez por menos e leva o presidente a diversos lugares do mundo com o intuito de convencer a população mundial dos benefícios de importar biocombustível brasileiro.

Problemas futuros

É claro que nem tudo são flores. O Poder Legislativo já está em polvorosa com a descoberta gigantesca do campo de Tupi e bancadas do Senado começam a articular idéias a respeito da exploração do pré-sal.

Enquanto uns se preocupam com os impostos que deverão ser cobrados, outros se incomodam com a possibilidade da distribuição da concessão de exploração de petróleo a empresas privadas em “parceria” com a Petrobras. E obviamente calcula-se a repercussão de todas estas mudanças na já especulada pré-candidatura de Dilma Roussef em 2010, quando começam os trabalhos no campo de Tupi.

E vocês? Preparados para as transformações do cenário político-econômico-social prestes a acontecer no mundo? Será este o empurrão que faltava ao Brasil para pular da categoria dos países sub-desenvolvidos para desenvolvidos? Não deixe de opinar!

*Imagens retiradas do site da Petrobras