Os desafios das mulheres na sociedade: quando a proporção não garante a igualdade

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O Dia Internacional da Mulher reforça os debates sobre as desigualdades de gênero

Apesar de maioria no Brasil, mulheres tem taxa de participação menor no mercado de trabalho do que os homens.
Crédito da Imagem: Shutterstock

Dia Internacional da Mulher acontece neste 8 de março. A data reforça a importância da luta pelos direitos das mulheres e contra a discriminação e desigualdade de gênero

Elas representam 51,1% da população, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2021.

Mesmo sendo a maioria no país, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a desigualdade entre mulheres e homens no Brasil.

O documento Estatístícas de Gênero do IBGE de 2019 mostra que elas possuem taxa de participação de 54,5% na força de trabalho, enquanto o índice entre os homens é de 73,4%. 

Quando o cenário é a política, em espaços de poder e tomada de decisão, a desigualdade é mais escancarada. Apesar de serem a maioria do eleitorado do país (53%), as mulheres ainda ocupam 17,28% das cadeiras no Senado Federal (2022), 16% entre vereadores (2020) e 17,7% da Câmara dos Deputados. 

Em 2022, as candidaturas femininas bateram recorde (33,3%), mas não foram suficientes para reduzir mais ainda a desigualdade na política.  

Dados do documento Estatísticas de Gênero do IBGE (2019).
Crédito: Divulgação / IBGE. 

Mulheres no ensino superior

As mulheres representaram a maioria dos inscritos da última edição da maior avaliação educacional do país, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova é a principal porta de entrada para o ensino superior público brasileiro.

No Enem 2022, 61,3% do total de inscritos foram mulheres.

Quanto ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), elas também ocuparam a maioria das inscrições na última edição do programa que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior. 

O SiSU 2023/1 contou com 62,1% de inscritas, enquanto os homens representaram 37,9% dos participantes.

Dados do IBGE de 2019, apontam que entre as mulheres, 29,7% estão no ensino superior, já em relação aos homens são 21,5% (entre 18 e 24 anos).

Em praticamente todas as faixas de idade, há mais mulheres com ensino superior completo do que homens. Confira:

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019.
Crédito: Divulgação / IBGE.

Mesmo diante do fato de que há mais mulheres se inscrevendo em provas e processos seletivos importantes como o Enem e o SiSU. Sendo a maioria no ensino superior e com alguma formação. Ainda não estão nos mesmos patamares de participação no mercado de trabalho e remuneração que os homens.

E neste texto, não se faz o recorte racial, que aprofunda ainda mais as desigualdades.

Estes dados evideciam o fato de que uma maior proporção não é garantia de igualdade. É fundamental a promoção de ações e políticas públicas que atuam na garantia da igualdade de gênero nos mais diversos âmbitos sociais.

A luta pelo combate às desigualdades é contínua, diária, persistente. Feita na rua, nas redes sociais, nos espaços de poder.