O sensacionalismo é o fim do mundo!

O artigo não representa a opinião do site. A responsabilidade é do autor do texto.

Dias atrás, o mundo ficou consternado devido ao terremoto de 8,8 graus na escala Richter que atingiu o Chile. Há muito tempo não se via um abalo com uma magnitude tão grande, e o pior, logo depois do Haiti ser arrasado pelo mesmo fenômeno natural. O fato coincidiu ainda com uma forte tempestade na Europa, que matou quase 100 pessoas.

Realmente são acontecimentos que nos deixam preocupados, mas alguns veículos da imprensa estão tratando os fatos de maneira sensacionalista, como se o “fim do mundo” estivesse próximo. Assisti alguns noticiários e em alguns eu não sabia se ria ou chorava. Era um festival de perguntas sem nexo, tragédia em tempo real, justificativas malucas etc.

A primeira bizarrice que ouvi foi um âncora de um jornal televisivo brasileiro perguntando se o terremoto que atingiu o Chile poderia causar um tsunami no Brasil. Acho que ele não estudou geografia. Depois, isso eu vi em mais de um jornal, apresentadores tentando fazer os convidados especialistas em abalos sísmicos falarem que um grande terremoto poderia atingir o nosso país. Até uma criança de 5 anos sabe que esta possibilidade é praticamente zero!

O que se percebe claramente é o sensacionalismo que a imprensa (há exceções) faz das tragédias. Fica parecendo que seria uma boa um tsunami ou terremoto atingir o Brasil, pois assim haverá um aumento da audiência. A gente tem é que agradecer por não sofrermos com terremotos, furacões, vulcões... . Achei mesmo um tremendo absurdo o modo que tentaram fazer a tragédia no Chile atingir o Brasil.

Para quem pensa que essas bizarrices só aconteceram por aqui, estão enganados. Logo depois do terremoto, quando avisaram sobre o risco de tsunamis no Oceano Pacífico, um dos maiores canais de notícias do mundo elaborou uma espécie de tragédia em tempo real. Coloram câmeras na beira da praia para acompanhar a maré, torcendo para registrarem um tsunami. Felizmente, nada aconteceu. Ou infelizmente, para eles.

Outra coisa que também vi nesta emissora dos EUA foi um debate entre jornalistas e sismólogos, cujo tema era: “Onde será o próximo grande terremoto”. Eles estavam tentando prever qual região do mundo seria a próxima a receber uma tragédia. Simples assim. Como não podia deixar de ser, a “vencedora” foi uma cidade estadunidense: Los Angeles. Desliguei a TV!