A importância do Enem no acesso ao ensino superior no Brasil

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Apesar dos desafios da popularidade do exame, a prova ainda é a principal forma de fazer uma graduação hoje em dia no país

Milhões de estudantes fazem as provas anualmente para concorrer a vagas em cursos superiores.
Crédito da Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O Enem é a principal forma de entrar para o ensino superior brasileiro. Por isso, a maior avaliação educacional do país é importante para quem deseja fazer um curso de graduação hoje em dia. 

Ao fazer as provas do Enem, os candidatos ampliam as suas possibilidades de conseguir uma vaga na faculdade.

Veja abaixo algumas formas de aproveitamento dos desempenhos do exame:

  • Sistema de Seleção Unificada (SiSU): seleção do Ministério da Educação (MEC) oferta vagas em universidades e institutos federais com as notas do Enem da última edição vigente.

  • Programa Universidade Para Todos (ProUni): a iniciativa disponibiliza bolsas de estudo integrais (100%) e parciais (50%) em instituições particulares do ensino superior.

  • Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): concede financiamento no pagamento de cursos em faculdades privadas.

  • Vestibulares via Enem: algumas instituições de ensino superior abrem processo seletivos que aproveitam as notas do Enem. O interessante é que às vezes é possível aproveitar nota do exame de edições anteriores de muitos anos atrás.

  • Seleções de cursos superiores de Portugal: uma parceria do MEC com instituições de ensino portuguesas permite com que estudantes brasileiros concorram a vagas em universidades do país europeu com o desempenho obtido no Enem.

Bom, são muitas alternativas! Por esse motivo, se inscrever, estudar e realizar as provas do Enem pode ser um processo fundamental para você conseguir a oportunidade de poder fazer o curso superior de seu desejo.

Veja: Inscrições do Enem 2023 seguem até 16 de junho

Inscritos em queda

Ao longo dos últimos anos a quantidade de inscritos no exame tem registrado queda. Para se ter uma ideia, o ano de 2016 foi a edição em que mais houveram pessoas inscritas: 8,6 milhões.

Desde então, o exame tem recebido cada vez menos inscrições. O ano de menor número foi o de 2021 com 3,1 milhões.

Candidatos em dia de provas do Enem.
Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil. 

A seleção da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) que oferece vagas na Universidade de São Paulo (USP) também registrou queda de inscritos nos últimos anos. A Fuvest é um dos principais vestibulares do país. Em 2022, contou com a menor quantidade de inscritos (110 mil), enquanto em 2014 registrou recorde de candidatos: 

Desafios na gestão da educação superior

Nos últimos anos, a área da educação foi intensamente afetada pela gestão do Governo Federal. Foram contigencionamentos, redução no investimento público, ataques que afetaram o funcionamento das universidades públicas.

Desde a eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva, os sindicatos, professores e serviços da educação superior aguardam novos rumos para o setor.

Nesse sentido, há grandes desafios para Lula e sua equipe. Entre eles é retomar a popularidade do Enem, que durante o governo Dilma ultrapassou 8 milhões de inscritos.

Novo Ensino Médio

Uma realidade que tem levantado discussão sobre o formato das provas do Enem é o Novo Ensino Médio.

Atualmente, a implementação da nova estrutura está suspensa devido ao processo de consulta pública que está sendo feito pelo MEC.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse à imprensa que durante a aprovação do Novo Ensino Médio faltou mais diálogo sobre esse modelo com governadores e sociedade civil.

Nesse sentido, enquanto durar as atividades da consulta pública, a implementação está suspensa.

A previsão era de que as provas do Enem 2024 passariam a ser realizadas em um novo modelo, seguindo a estrutura de ensino do Novo Ensino Médio. Entretanto, não está confirmado que para o ano que vem teremos um novo Enem. 

Importância do Enem

Apesar dos desafios e da queda de inscritos, o Enem continua sendo a principal oportunidade para muitas pessoas cursarem uma graduação.

Uma das vantagens é justamente o maior leque de possibilidades. Por exemplo, nos programas do MEC não há pagamento de taxa para se inscrever (somente paga para fazer o Enem, quem não tem direito à isenção), e principalmente, é possível escolher opções de cursos e instituições de todo o país.

Com isso, o candidato amplia as chances de ser aprovado. Já que nos vestibulares tradicionais a chance é específica para a instituição que realiza a prova. Com o Enem você pode usar sua nota de diferentes formas e em qualquer região brasileira.

Por isso, com o SiSU e demais iniciativas do MEC, muitos estudantes saíram de suas cidades para estudarem em outras regiões brasileiras em busca de oportunidades.

O caminho é seguir buscando possibilidades concretas para que o exame se consolide e contribua para a redução das desigualdades e na democratização do acesso ao ensino superior.