Com a palavra, as mulheres

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Mulheres denunciaram que sofreram agressões físicas e verbais de celebridades. Veja análise sobre o assunto.

Nesta semana, duas celebridades estamparam os meios de comunicação brasileiros por terem agredido mulheres. O primeiro é o cantor Victor, da dupla sertaneja Victor e Léo. O segundo, o ator José Mayer, que há anos participa de várias novelas na Rede Globo, inclusive da última novela das nove: A lei do amor. 

Na última terça-feira (4), Victor foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais, acusado de ter agredido a sua mulher Poliana que está grávida. O caso veio a público no dia 24 de fevereiro, quando ela prestou queixa à Polícia, alegando que o marido a havia agredido no condomínio onde eles moram. 

Mayer foi acusado por Susllem Tonani, figurinista da Rede Globo, de assédio sexual e moral. Há menos de um mês, ela escreveu um texto para um blog do jornal A Folha de São Paulo contando que vinha sofrendo assédio há oito meses. Segundo ela, primeiro o ator dizia palavras e frases constrangedoras; depois ele tentou tocá-la e, por fim, por ela não ceder às investidas dele, foi xingada na frente de outros profissionais da emissora. 

Em ambos os casos, a rede Globo tomou atitudes. Victor, que era jurado do programa The Voice Kids, foi afastado. Já José Mayer foi advertido e não participará de outra produção da emissora por tempo indeterminado. 

Os acontecimentos vêm sendo discutidos nas redes sociais. A maioria posiciona-se contra as atitudes de ambas as celebridades. Victor usou a sua conta em uma rede social para se defender das acusações. Já José Mayer comunicou publicamente, por meio de carta, que errou e que as atitudes que teve são fruto de sua geração machista. 

E agora?

As duas situações são diferentes, porém têm a mesma raiz: o desrespeito à mulher. Nestes dois casos, foram Poliana e Susllem, e elas não se calaram. Mas, e as demais? Quantas mulheres sofrem violências, sejam físicas, sejam morais e, por medo, não denunciam os agressores?

Acreditamos que há uma a linha tênue entre elogios e cantadas e agressões verbais a mulheres. Mayer, por exemplo, justificou as “supostas brincadeiras” feitas à figurinista por ele ser de uma geração machista. Contudo, as liberdades tomadas por ele não podem ser justificadas por Susllem ser mulher. 

No caso do Victor, ele afirma que não agrediu a mulher; mais bem, a segurou porque ela estava fora de si. Contudo, normalmente, o homem tem mais força física que a mulher. Então, se ele a tocar com força, pode, sim, machucá-la. 

Vale ressaltar que esses acontecimentos vieram à tona por se tratarem de celebridades. E quantas anônimas passam diariamente por situações semelhantes, sejam mais brandas, sejam mais pesadas, e que são constrangedoras?

Podem ser desde elogios repletos de malícia ou vulgaridade como recebimento de fotos indecentes por meio da internet. Na edição de dezembro do ano passado, a revista Marie Claire contou em reportagem os dramas de mulheres que são humilhadas e até ameaçadas pela internet

Há ainda casos cotidianos de homens que se aproveitam de mulheres em ônibus, metrôs, festas, shows, etc. Sem a permissão delas. Isso também é uma forma de desrespeito e deve se combatido.

Por fim, as situações pelas quais, infelizmente, passaram Poliana e Susllem servem para alertar a sociedade que as mulheres não podem mais passar por situações humilhantes, desrespeitosas e guardar isso para si mesmas. É preciso denunciar sim e, quem sabe, com essa atitude, evitar que outras passem por constrangimentos futuros. 

Em tempo: nesta quarta-feira (5) atrizes, produtoras e outras profissionais da Rede Globo criaram a campanha “Mexeu com uma, mexeu com todas”, #chegadeassedio. Foi considerada exagerada por alguns, mas conseguiu chamar a atenção e cumprir a missão de despertar reflexões. 

E você, estudante, o que pensa sobre este assunto? 

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