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As eleições 2008 já estão bem próximas (5 de outubro), e você? Já se decidiu? Quem tem mais de 16 anos pode exercer o direito (e dever) de escolher os representantes do governo de sua cidade. No dia 31 de julho foi lançada a campanha institucional das Eleições, que será veiculado em todas as emissoras de rádio e TV do país. O texto da campanha de conscientização do governo é o seguinte: “Se nas próximas eleições você não escolher os melhores candidatos a prefeito e vereador, sua cidade vai perder quatro anos. E quatro anos é muito tempo.”
A campanha é boa, mas será que os eleitores estão preparados para decidir os próximos quatro anos da sua cidade – e também da sua vida? Se já é difícil escolher o candidato certo dentro do rol de políticos “corretos”, imagina ter que separar o joio do trigo antes do voto?
O problema é que o STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu a candidatura de cidadãos que estejam respondendo por processos na Justiça. Na mesma decisão o órgão reiterou que a lei de inelegibilidade só se aplica a políticos julgados culpados em última instância (sem chance de apresentação de recursos contra a deliberação). Com a lentidão que a “justiça” anda neste país, os políticos continuarão se candidatando até o fim de suas vidas sem serem punidos.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) tem uma proposta de lei que pretende tornar inelegível o candidato que tiver sido condenado em qualquer instância por crimes eleitorais, corrupção, improbidade administrativa ou ainda crimes hediondos (exemplos: homicídio qualificado, latrocínio e estupro).
O projeto não consegue entrar na pauta de votação do Senado porque, em sua maioria, os líderes de partido concordam com a decisão do STF. Além disso, eles alegam que esta proposta do senador Demóstenes – mesmo aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), comissão que decide sobre a constitucionalidade das leis – seria inconstitucional por violar o pressuposto de inocência, que é garantido pela Constituição Federal. Outros alegam que mesmo aprovada, a lei seria derrubada facilmente no julgamento de qualquer processo aberto por candidato com a ficha suja, já que o STF decidiu contrariamente ao projeto. Enquanto isso, ficam os eleitores a “deus-dará”, sem saber em quem confiar, que dirá em quem votar...
De acordo com o presidente do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), o desembargador Roberto Wider, a responsabilidade de informar sobre a moral dos candidatos é da imprensa. A imprensa e os eleitores seriam então os responsáveis por afastar os maus políticos. O problema não citado por Wider é que poucos – ou nenhum – veículos de comunicação são completamente isentos de influência política ou dinheiro de campanhas...
Charge do site "Humortadela"
Um levantamento feito pela organização não-governamental Transparência Brasil mostra que, em 2006 e 2007, os políticos que concorrem nestas eleições enriqueceram o equivalente a 46,3% de seu patrimônio inicial (de quando assumiram o cargo). Os dados são relativos a integrantes de Câmaras Municipais de capitais brasileiras e de deputados e senadores que concorrem agora como prefeitos e vices.
Ainda no mesmo levantamento foi possível registrar que as cidades com maior aumento de riquezas foram Fortaleza (135%), Boa Vista (122%) e Rio de Janeiro (108%). Isso, sem contar o número de candidatos que declararam em seus impostos de renda de 2006 e 2007 não terem nenhum centavo sequer em patrimônio algum (???!!!).
A tristeza maior é perceber que o povo brasileiro, além de perder a fé na honestidade dos políticos, já se conformou com a qualidade da politicagem feita neste país e enche a boca pra dizer que vota no candidato “X”, que rouba, mas faz alguma coisa pela sua comunidade.
A campanha é boa, mas será que os eleitores estão preparados para decidir os próximos quatro anos da sua cidade – e também da sua vida? Se já é difícil escolher o candidato certo dentro do rol de políticos “corretos”, imagina ter que separar o joio do trigo antes do voto?
O problema é que o STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu a candidatura de cidadãos que estejam respondendo por processos na Justiça. Na mesma decisão o órgão reiterou que a lei de inelegibilidade só se aplica a políticos julgados culpados em última instância (sem chance de apresentação de recursos contra a deliberação). Com a lentidão que a “justiça” anda neste país, os políticos continuarão se candidatando até o fim de suas vidas sem serem punidos.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) tem uma proposta de lei que pretende tornar inelegível o candidato que tiver sido condenado em qualquer instância por crimes eleitorais, corrupção, improbidade administrativa ou ainda crimes hediondos (exemplos: homicídio qualificado, latrocínio e estupro).
O projeto não consegue entrar na pauta de votação do Senado porque, em sua maioria, os líderes de partido concordam com a decisão do STF. Além disso, eles alegam que esta proposta do senador Demóstenes – mesmo aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), comissão que decide sobre a constitucionalidade das leis – seria inconstitucional por violar o pressuposto de inocência, que é garantido pela Constituição Federal. Outros alegam que mesmo aprovada, a lei seria derrubada facilmente no julgamento de qualquer processo aberto por candidato com a ficha suja, já que o STF decidiu contrariamente ao projeto. Enquanto isso, ficam os eleitores a “deus-dará”, sem saber em quem confiar, que dirá em quem votar...
De acordo com o presidente do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), o desembargador Roberto Wider, a responsabilidade de informar sobre a moral dos candidatos é da imprensa. A imprensa e os eleitores seriam então os responsáveis por afastar os maus políticos. O problema não citado por Wider é que poucos – ou nenhum – veículos de comunicação são completamente isentos de influência política ou dinheiro de campanhas...
Charge do site "Humortadela"
Um levantamento feito pela organização não-governamental Transparência Brasil mostra que, em 2006 e 2007, os políticos que concorrem nestas eleições enriqueceram o equivalente a 46,3% de seu patrimônio inicial (de quando assumiram o cargo). Os dados são relativos a integrantes de Câmaras Municipais de capitais brasileiras e de deputados e senadores que concorrem agora como prefeitos e vices.
Ainda no mesmo levantamento foi possível registrar que as cidades com maior aumento de riquezas foram Fortaleza (135%), Boa Vista (122%) e Rio de Janeiro (108%). Isso, sem contar o número de candidatos que declararam em seus impostos de renda de 2006 e 2007 não terem nenhum centavo sequer em patrimônio algum (???!!!).
A tristeza maior é perceber que o povo brasileiro, além de perder a fé na honestidade dos políticos, já se conformou com a qualidade da politicagem feita neste país e enche a boca pra dizer que vota no candidato “X”, que rouba, mas faz alguma coisa pela sua comunidade.