Brincadeira de mau gosto

Em 01/02/2008 12h39 Por Camila Mitye

Imprimir
Texto:
A+
A-
PUBLICIDADE

Entrar pra universidade é realmente demais. A sensação é completamente diferente. É como passar de fase em um jogo muito difícil e mudar totalmente o cenário, os personagens e o enredo da história.

Conferir o resultado do vestibular e ver seu nome lá é maravilhoso, uma vitória. E então, é hora da comemoração: haja tinta, batom, lama, ovo e dá-lhe tesourada nas madeixas dos meninos. A calourada nem se importa de estragar a roupa, a chapinha do cabelo ou mesmo ficar careca, pois o feito de passar no vestibular é tão incrível que merece esse sacrifício em nome da felicidade.

É essa sensação que nós, do Vestibular – Brasil Escola desejamos a todos vocês vestibulandos. Por isso, fazemos um alerta: Não se submetam às humilhações, constrangimentos ou violência na hora do trote. Não deixe que um momento como esse se torne um trauma para você. Parece legal participar da farra com os veteranos “amigos”. E parece “careta” não aceitar o trote. Mas, você sabia que se for denunciado por trote abusivo, na maioria das universidades, o veterano pode ser jubilado (ou seja, expulso)? Então, esse é um bom argumento para que ninguém tenha de aceitar isso.

O problema às vezes é que muitos calouros são condescendentes com os maus veteranos. Para evitar futuros problemas nos corredores da faculdade ou simplesmente “levar na esportiva”, acabam não denunciando as práticas abusivas dos veteranos e aceitando calados a violência. Isso tem de acabar.

Atitudes legais vêm acontecendo pelo país para impedir que tragédias aconteçam na hora do trote (todo mundo lembra da morte do calouro Edison Tsung Chi Hsuen, em 1999, afogado na piscina da Atlética da USP durante o trote). Uma delas é da Universidade Federal de Goiás (UFG) que começou no mês passado uma campanha contra o trote constrangedor e violento. A Campanha batizada de “Trote não é Brincadeira – Receba bem o calouro” incentiva os estudantes a tratar bem os novos colegas, com base na proibição da atividade (trote) na UFG.


Campanha da UFG: em defesa dos calouros

Alunos veteranos de vários cursos da UFG aderiram ao “trote solidário”, trocando as brincadeiras de mau gosto pela doação de sangue e alimentos. Esse é o exemplo que deveria ser seguido por vários estudantes universitários.
Então, o recado, está dado!

E você? O que acha do trote universitário? Os calouros estão certos ao ficarem calados? E você, o que faria se presenciasse uma cena de humilhação ou violência durante um trote universitário? Não deixe de comentar!

Veja também:
Trote Estudantil.