PUBLICIDADE
Desde o início dos anos 90 não se via uma crise mundial como a que estamos vivendo hoje. Os preços dos alimentos em constante elevação são motivos de preocupação para a comunidade internacional e para a ONU (Organização das Nações Unidas) que, por meio da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), propõe soluções para este problema.
Causas
A principal razão desta crise está focada no aumento do consumo mundial. As classes mais baixas estão consumindo mais, principalmente alimentos, o que promove a alta da procura e a baixa da oferta, encarecendo cada vez mais esses produtos. Este problema também está ligado à seca por que passaram as safras do Brasil, do Leste Europeu e da Austrália, grandes produtores mundiais de alimentos.
Este foi o exemplo do feijão, onde 2/3 das safras de 2007 foram ruins. Sendo este um dos principais pratos da cozinha regional brasileira, seria justo que o país investisse mais em produções internas, ao invés de importar produtos de baixo valor nutritivo e preços em alta.
O preço do feijão triplicou nos últimos meses
Especula-se que esta parece ser mais uma crise de preços do que de alimentos, propriamente dita. No ano passado, mesmo sem aumento de área plantada, a produtividade brasileira foi recorde. O que falta no mundo é um programa de financiamento para a produção no lugar dos subsídios agrícolas.
Mas o que são subsídios?
São as ajudas de custo geradas pelo governo de países ricos para baratear o valor da produção agrícola. Desta maneira, estes insumos podem ser comercializados com preços abaixo dos de mercado, o que afeta a concorrência. Assim sendo, os países mais pobres, que não recebem subsídios ficam impossibilitados de concorrer com estes preços, são desestimulados e deixam de produzir, diminuindo o volume mundial de alimentos.
E quanto aos biocombustíveis?
O Brasil defende a produção do chamado “bom-etanol”, que é o álcool advindo da cana-de-açúcar, em detrimento do “mau-etanol”, oriundo do extrato de vegetais como o milho, amplamente utilizado pelos Estados Unidos. A ONU já descartou de que os biocombustíveis sejam a causa principal da crise dos alimentos e aposta que o seu desenvolvimento vai oferecer uma alternativa aos preços ascendentes do petróleo.
O biocombustível não representa ameaça aos alimentos
Para ilustrar a diferença entre Brasil e EUA, por exemplo, basta verificar que o primeiro é o maior produtor/exportador de açúcar e o segundo maior produtor de álcool (etanol) do mundo. Além do mais, o preço do álcool está em queda, já que o mercado importador de etanol ainda não vingou.
Enquanto isso, o etanol feito com milho pelos EUA é, sim, um dos grandes vilões dos preços. Este país e a China (nação mais populosa do mundo) são os maiores consumidores deste produto, que também é usado na fabricação de ração para animais. Ao valorizar o milho, os preços das carnes também são alterados para mais, sobretudo os de aves e suínos.
O dólar e o petróleo
O preço dos alimentos subiu 1,99% em 2005, 1,22% em 2006, 10,79% em 2007 e 4,37% em 2008 (de janeiro a abril). Se não fosse a queda histórica do dólar nestes últimos meses, os preços teriam subido muito mais. Ao mesmo tempo em que ajuda, atrapalha: a queda do dólar força os produtores a encarecer seus produtos para “compensarem” as possíveis perdas no mercado futuro (investimentos em safras ainda não colhidas).
O aumento do valor dos barris de petróleo é outro grande problema atual. Como o óleo é utilizado para abastecer máquinas agrícolas e frotas de caminhão usadas para transportes dos alimentos, o preço da produção tende a aumentar cada vez mais.
Quais as soluções para o caos?
A Cúpula de segurança alimentar da FAO – que terminou no dia 5 de junho – acredita que a crise dos alimentos está fortemente ligada aos subsídios e à especulação financeira. A ONU tem ainda dois temores: o primeiro de que haja revoltas populares por falta de comida como aconteceu no Haiti, Indonésia, Camarões e Egito; e o segundo de que, com o risco de desabastecimento, os países produtores fechem suas exportações, agravando a situação de países importadores (isso já aconteceu com o trigo argentino e com o arroz indiano e vietnamita).
O embaixador da Bolívia perante a FAO, Julio Pantoja Salamanca, sugeriu que os subsídios dos países ricos poderiam ser transferidos para países mais pobres, criando um “fundo mundial” e estimulando uma produção maior e com mais qualidade.
A FAO anunciou que vai destinar US$ 17 milhões até 2009 para países africanos poderem desenvolver uma agricultura exportadora ou, no mínimo, subsistencialista. O presidente francês Nicolas Sarkozy se comprometeu a doar US$ 1,5 bilhão até 2013 para os mesmos fins.
O presidente francês, Sarkozy, doará US$ 1,5 bilhão para fundo mundial
A alta produtividade dos alimentos no campo é um dos caminhos para conseguir a estabilidade dos preços a médio prazo.
E quanto a nós?
O que podemos fazer está relacionado à recusa de consumir certos alimentos. Pesquisar preços, comparar produtos em diferentes supermercados e não comprar quando estiverem caros. Consumir apenas as frutas da estação, comprar carnes no dia da promoção do supermercado e até começar a substituir produtos: trocar uma carne de primeira para uma peça de corte de segunda e variar o cardápio com alimentos alternativos.
E agora?
O que vocês pensam desta chamada crise dos alimentos? É uma crise de preços ou um desabastecimento alimentar mundial? Que atitudes vocês tomam para desestimular os comerciantes a aumentarem seus preços? E como vocês acreditam que o consumo consciente pode evitar uma escassez global a longo prazo?
Pensem, reflitam e compartilhem conosco no espaço do Vestibular Brasil Escola!
Como ficará o mundo quando as prateleiras ficarem vazias?
Causas
A principal razão desta crise está focada no aumento do consumo mundial. As classes mais baixas estão consumindo mais, principalmente alimentos, o que promove a alta da procura e a baixa da oferta, encarecendo cada vez mais esses produtos. Este problema também está ligado à seca por que passaram as safras do Brasil, do Leste Europeu e da Austrália, grandes produtores mundiais de alimentos.
Este foi o exemplo do feijão, onde 2/3 das safras de 2007 foram ruins. Sendo este um dos principais pratos da cozinha regional brasileira, seria justo que o país investisse mais em produções internas, ao invés de importar produtos de baixo valor nutritivo e preços em alta.
O preço do feijão triplicou nos últimos meses
Especula-se que esta parece ser mais uma crise de preços do que de alimentos, propriamente dita. No ano passado, mesmo sem aumento de área plantada, a produtividade brasileira foi recorde. O que falta no mundo é um programa de financiamento para a produção no lugar dos subsídios agrícolas.
Mas o que são subsídios?
São as ajudas de custo geradas pelo governo de países ricos para baratear o valor da produção agrícola. Desta maneira, estes insumos podem ser comercializados com preços abaixo dos de mercado, o que afeta a concorrência. Assim sendo, os países mais pobres, que não recebem subsídios ficam impossibilitados de concorrer com estes preços, são desestimulados e deixam de produzir, diminuindo o volume mundial de alimentos.
E quanto aos biocombustíveis?
O Brasil defende a produção do chamado “bom-etanol”, que é o álcool advindo da cana-de-açúcar, em detrimento do “mau-etanol”, oriundo do extrato de vegetais como o milho, amplamente utilizado pelos Estados Unidos. A ONU já descartou de que os biocombustíveis sejam a causa principal da crise dos alimentos e aposta que o seu desenvolvimento vai oferecer uma alternativa aos preços ascendentes do petróleo.
O biocombustível não representa ameaça aos alimentos
Para ilustrar a diferença entre Brasil e EUA, por exemplo, basta verificar que o primeiro é o maior produtor/exportador de açúcar e o segundo maior produtor de álcool (etanol) do mundo. Além do mais, o preço do álcool está em queda, já que o mercado importador de etanol ainda não vingou.
Enquanto isso, o etanol feito com milho pelos EUA é, sim, um dos grandes vilões dos preços. Este país e a China (nação mais populosa do mundo) são os maiores consumidores deste produto, que também é usado na fabricação de ração para animais. Ao valorizar o milho, os preços das carnes também são alterados para mais, sobretudo os de aves e suínos.
O dólar e o petróleo
O preço dos alimentos subiu 1,99% em 2005, 1,22% em 2006, 10,79% em 2007 e 4,37% em 2008 (de janeiro a abril). Se não fosse a queda histórica do dólar nestes últimos meses, os preços teriam subido muito mais. Ao mesmo tempo em que ajuda, atrapalha: a queda do dólar força os produtores a encarecer seus produtos para “compensarem” as possíveis perdas no mercado futuro (investimentos em safras ainda não colhidas).
O aumento do valor dos barris de petróleo é outro grande problema atual. Como o óleo é utilizado para abastecer máquinas agrícolas e frotas de caminhão usadas para transportes dos alimentos, o preço da produção tende a aumentar cada vez mais.
Quais as soluções para o caos?
A Cúpula de segurança alimentar da FAO – que terminou no dia 5 de junho – acredita que a crise dos alimentos está fortemente ligada aos subsídios e à especulação financeira. A ONU tem ainda dois temores: o primeiro de que haja revoltas populares por falta de comida como aconteceu no Haiti, Indonésia, Camarões e Egito; e o segundo de que, com o risco de desabastecimento, os países produtores fechem suas exportações, agravando a situação de países importadores (isso já aconteceu com o trigo argentino e com o arroz indiano e vietnamita).
O embaixador da Bolívia perante a FAO, Julio Pantoja Salamanca, sugeriu que os subsídios dos países ricos poderiam ser transferidos para países mais pobres, criando um “fundo mundial” e estimulando uma produção maior e com mais qualidade.
A FAO anunciou que vai destinar US$ 17 milhões até 2009 para países africanos poderem desenvolver uma agricultura exportadora ou, no mínimo, subsistencialista. O presidente francês Nicolas Sarkozy se comprometeu a doar US$ 1,5 bilhão até 2013 para os mesmos fins.
O presidente francês, Sarkozy, doará US$ 1,5 bilhão para fundo mundial
A alta produtividade dos alimentos no campo é um dos caminhos para conseguir a estabilidade dos preços a médio prazo.
E quanto a nós?
O que podemos fazer está relacionado à recusa de consumir certos alimentos. Pesquisar preços, comparar produtos em diferentes supermercados e não comprar quando estiverem caros. Consumir apenas as frutas da estação, comprar carnes no dia da promoção do supermercado e até começar a substituir produtos: trocar uma carne de primeira para uma peça de corte de segunda e variar o cardápio com alimentos alternativos.
E agora?
O que vocês pensam desta chamada crise dos alimentos? É uma crise de preços ou um desabastecimento alimentar mundial? Que atitudes vocês tomam para desestimular os comerciantes a aumentarem seus preços? E como vocês acreditam que o consumo consciente pode evitar uma escassez global a longo prazo?
Pensem, reflitam e compartilhem conosco no espaço do Vestibular Brasil Escola!